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Vítimas chamam relatório da Igreja Católica da Itália sobre abusos de 'vergonhosamente' limitado

Segundo documento, 89 menores foram abusados por 68 agressores em 2020 e 2021, mas número de casos pode ser ainda maior

Internacional|Do R7

Francesco Zanardi pede investigação da Igreja Católica na Itália
Francesco Zanardi pede investigação da Igreja Católica na Itália

A Igreja Católica da Itália divulgou nesta quinta-feira (17) seu primeiro relatório sobre supostos abusos sexuais de menores e indivíduos vulneráveis, mas os defensores das vítimas disseram que o número de casos deve ter sido muito maior.

O relatório, de 41 páginas, o primeiro de dois, abrange apenas os anos de 2020 e 2021. Um segundo relatório prometido cobrirá os abusos desde 2000, embora não esteja claro quando será divulgado.

As vítimas pediram uma investigação externa completa, que abranja muitas décadas, como ocorreu na França e na Alemanha.

O relatório de 2020 e 2021, que cobre casos relatados durante esses anos, mas não necessariamente ocorridos naquele período, foi feito por uma universidade católica no norte da Itália. 


Segundo o documento, 89 vítimas foram abusadas por 68 agressores, incluindo padres e leigos, como funcionários da igreja e professores de religião.

Os dados provieram de “centros de escuta” nas dioceses e se limitam às informações de quem se apresentou. Cerca de 53% dos supostos casos eram recentes, e os demais ocorreram no passado, embora o relatório não especifique quando.


"Isso é absolutamente insatisfatório e vergonhoso", disse Francesco Zanardi, de 51 anos, chefe da Rete l'Abuso (Rede do Abuso), que possui um dos maiores arquivos digitais sobre abuso sexual clerical na Itália.

"Já era vergonhoso que (o segundo estudo) cobrisse apenas casos de 2000 em diante", afirmou ele à Reuters de sua casa no norte da Itália.


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"Se esses números estiverem corretos, eles já são altos, mas os números reais são maiores", disse ele. Ao extrapolar as estatísticas do relatório, o número de vítimas nos últimos 22 anos seria de pelo menos 2.000, segundo ele.

Os líderes da Igreja que apresentaram o documento em uma coletiva de imprensa o defenderam.

"É apenas um começo", disse o arcebispo Lorenzo Ghizzoni, e acrescentou que esperava que mais pessoas surgissem à medida que o sistema de relatórios se tornasse mais favorável às vítimas.

Grupos de vítimas na Itália expressaram frustração com a Igreja por anos. Eles pedem uma investigação independente que abranja desde pelo menos parte do século passado, quando muitos dos abusos ocorreram no período pós-Segunda Guerra Mundial.

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