Presidente Vladimir Putin deseja enviar tropas russas aos territórios separatistas ucranianos
Mikhail Klimentyev/Sputnik/AFP - 22.2.2022O presidente da Rússia, Vladimir Putin, considerou nesta terça-feira (22) que a "melhor solução" para acabar com a crise em torno da Ucrânia seria Kiev desistir do desejo de se juntar à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
"A melhor solução para essa questão seria que as autoridades atualmente no poder em Kiev desistissem de ingressar na Otan por conta própria e se mantivessem na neutralidade", disse Putin.
A Rússia exige garantias dos países ocidentais de que a aliança atlântica não continuará se estendendo até suas fronteiras. O presidente russo também defendeu a "desmilitarização" da Ucrânia, alegando que o país recebe armas de aliados ocidentais.
Se os países ocidentais "encherem as autoridades de Kiev com armas modernas [...], então o ponto mais importante é [...] a desmilitarização da Ucrânia de hoje", argumentou.
A Ucrânia pediu a seus aliados ocidentais que forneçam mais armas para lidar com a ameaça de uma invasão russa, segundo anunciou o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, nesta terça-feira.
"Nesta manhã enviei ao ministro das Relações Exteriores britânico uma carta com um pedido de armas defensivas adicionais para a Ucrânia", disse Kuleba em entrevista coletiva na embaixada ucraniana em Washington, acrescentando que também pediria armas aos Estados Unidos.
A Rússia enviou cerca de 150 mil soldados para a fronteira ucraniana, o que levou as potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, a denunciar o planejamento de uma invasão iminente da ex-república soviética.
A crise se agravou nesta segunda-feira (21), quando Putin anunciou o reconhecimento da independência de dois enclaves separatistas pró-russos no leste da Ucrânia e disse que os militares russos seriam responsáveis pelo que chamou de "manutenção da paz".