Zelenski pede criação de júri especial para processar a Rússia no Tribunal Penal Internacional
Ucrânia já coleta provas contra a Rússia junto à França e à Holanda; número de soldados russos mortos deverá atingir 100 mil em 2022
Internacional|Do R7
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, pediu na última terça-feira (29) a criação de um tribunal especial para que "todo assassino russo receba a punição merecida" no TPI (Tribunal Penal Internacional).
Em seu habitual discurso noturno, Zelenski lamentou que "os instrumentos jurídicos internacionais disponíveis não são suficientes para a Justiça".
"Mesmo no Tribunal Penal Internacional, ainda é impossível levar à Justiça os mais altos líderes políticos e militares da Rússia pelo crime de agressão contra nosso Estado, pelo crime principal. O crime que deu origem a todos os outros crimes desta guerra, e não só depois de 24 de fevereiro, mas também a partir de 2014. Foi ali que tudo começou”, declarou.
Por isso, afirmou que a Ucrânia pretende "unir a maioria mundial em apoio ao projeto de resolução da Assembleia-Geral da ONU sobre o Tribunal Especial".
Para que haja responsabilização por agressão, acrescentou, “é necessário um Tribunal Especial, além do Tribunal Penal Internacional. E estamos fazendo todo o possível para criar esse tribunal”.
O governante ucraniano disse que já coopera com "muitos países e organizações internacionais para que cada assassino russo receba a punição merecida. Já estabelecemos cooperação com o Tribunal Penal Internacional e vamos aumentá-la".
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Nesse sentido, recordou que o discurso de hoje da primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, perante o Parlamento e o povo da Grã-Bretanha “foi dedicado precisamente a essa tarefa”.
Zelenska pediu à Grã-Bretanha que liderasse "esforços mundiais para estabelecer um Tribunal Especial para o crime de agressão russa contra a Ucrânia e restaurar a Justiça".
Segundo Zelenski, a Ucrânia já tem “forte cooperação” com a Holanda, que está ajudando na criação de uma procuradoria para coletar provas de crimes de guerra, e também está atuando com a França “em um trabalho de campo para documentar o mal russo”.
Por outro lado, o governante ucraniano admitiu hoje que a situação na frente de batalha é difícil.
"Apesar das perdas russas extremamente grandes, os ocupantes ainda estão tentando avançar na região de Donetsk, consolidar-se na região de Lugansk, mover-se na região de Kharkiv, e eles estão planejando algo no sul", comentou.
Neste ano, segundo disse, a Rússia perderá 100 mil soldados e "a Ucrânia permanecerá”. “E o mundo fará todo o possível para garantir que todos os culpados desta guerra criminosa sejam levados à Justiça", completou.