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Zelensky aplaudiu veterano nazista no parlamento do Canadá? Entenda o caso

Presidente do Parlamento canadense, Anthony Rota, tratou o ucraniano-canadense como Yaroslav Hunka como herói de guerra

Internacional|Do R7

Primeiro-ministro da Canada, Justin Trudeau, e o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky
Primeiro-ministro da Canada, Justin Trudeau, e o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky, fez uma visita oficial ao Canadá após sua participação na cúpula geral da ONU. O encontro com o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau contou com um compromisso no Parlamento do país.

A agenda seria apenas mais um compromisso protocolar da viagem, mas acabou se transformando em um episódio constrangedor tanto para o líder ucrâniano quanto para o premiê canadense.

A mesma sessão em que Zelensky estava presente guardou um momento para prestar homenagem ao ucraniano Yaroslav Hunka, de 98 anos, que lutou na Segunda Guerra Mundial.

O Presidente do Parlamento do Canadá, Anthony Rota, referiu-se a Yaroslav Hunka como “herói” e todos os presentes à sessão se levantaram para aplaudir Hunka. 


No mesmo dia, no entanto, a organização judaica local Cija (Centro para Israel e Assuntos Judaicos) se posicionou sobre a homenagem e acusou Hunka de ser nazista e de ter contribuído para o genocídio de judeus.

“Estamos profundamente preocupados e perturbados com o fato de um veterano ucraniano da infame 14ª Divisão de Granadeiros Waffen da SS nazista – que participou ativamente no genocídio dos judeus – tenha sido aplaudido de pé no Parlamento canadense”, afirmou a Cija.


Nos dias seguintes ao incidente, Rota se desculpou publicamente pela gafe, enquanto Trudeau disse que homenagear um nazista era "inadmissível". Zelensky ficou em silêncio.

Herói nazista?

Embora a divisão da qual Hunka fez parte tenha lutado sob o comando dos nazistas, os recrutas da Ucrânia tiveram pouco envolvimento com a guerra fora de seu país natal. Hunka, nascido no vilarejo de Urman, na província de Ternopil, serviu na 14ª Divisão de Granadeiros da Waffen-SS "Galícia" durante a Segunda Guerra Mundial.


Essa divisão foi formada em 28 de abril de 1943 e consistia principalmente de voluntários ucranianos operando sob o comando alemão. A unidade foi renomeada para 1ª Divisão Ucraniana do Exército Nacional Ucraniano, antes de se render aos aliados ocidentais em 1945.

Em 2011, Hunka contou em um blog que sua motivação principal era lutar contra as tropas da União Soviética, que controlavam a Ucrânia Ocidental desde 1939. Ele lembra também que amigos e conhecidos seus foram enviados para a Sibéria pela polícia secreta soviética após a ocupação soviética.

Ele e outros jovens ucranianos imaginavam que se a Alemanha os ajudasse, eles ficariam livres da tirania socialista. No fim das contas, houve uma ocupação alemã na região em 1941, mas a liberdade esperada não veio.

Relatos históricos indicam que a maioria dos ucranianos que se juntou à 1ª Divisão Ucraniana durante a 2ª Guerra Mundial não estavam motivados por um desejo de auxiliar Hitler e os nazistas na conquista e genocídio.

Hunka lembra que, pelo menos, seus compatriotas não estavam sendo enviados para a Sibéria. Por isso, quando tinha 19 anos, ele e outros amigos de escola decidiram se alisar para lutar contra o exército soviético.

Longe de ser um nazista ideológico, o adolescente Hunka, como seus compatriotas da época, sonhava com uma Ucrânia independente e disse ter feito o que achava ser o melhor para sua nação.

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