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Zoológico da Inglaterra pede ajuda para não ter de sacrificar animais

Após ficar quase três meses fechado por conta da pandemia, o Twycross Zoo, uma das principais unidades de conservação do país, está com dificuldades

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Zoo conseguiu se manter durante a quarentena, mas agora pede ajuda
Zoo conseguiu se manter durante a quarentena, mas agora pede ajuda

Um dos principais zoológicos da Inglaterra, o Twycross Zoo, em Leicestershire, pediu a ajuda do governo britânico para sobreviver à crise financeira causada pela pandemia do novo coronavírus. Caso não haja um socorro, a entidade pode se ver obrigada a sacrificar alguns animais.

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O pedido foi feito pela presidente do zoológico, a bióloga Sharon Redrobe, em um vídeo enviado a uma comissão do Parlamento britânico que cuida da ajuda a zoológicos e aquários, além de outras unidades de conservação.

Segundo ela, as reservas financeiras da entidade seguraram as contas durante os quase 90 dias em que o zoológico permaneceu fechado. Os funcionários licenciados foram pagos graças ao plano econômico do governo, mas "chimpanzés e rinocerontes não podem ser dispensados do trabalho, nem os cuidadores e pessoal da limpeza", disse ela.


Centro de preservação

Zoo é um dos maiores centros de primatas do mundo
Zoo é um dos maiores centros de primatas do mundo

Ela explicou que Twycross é uma das principais entidades de conservação animal do Reino Unido, um dos maiores centros de reprodução de grandes primatas (como gorilas e orangotangos) do mundo e o único zoológico do país com exemplares do leopardo siberiano, a espécie de felino mais ameaçada de extinção.

Segundo a presidente, com o zoológico fechado e metade dos funcionários em licença, o gasto mensal é de 650 mil libras (cerca de R$ 4,4 milhões). Em pleno funcionamento, a despesa sobre pra 950 mil libras (cerca de R$ 6,4 milhões por mês). A entidade está inscrita em um programa com ajuda máxima de 100 mil libras (cerca de R$ 677 mil).


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Para piorar, o zoológico teve sua inscrição em um novo pacote do governo recusada por causa de seu tamanho. A unidade voltou a funcionar há algumas semanas, mas com regras estritas de distanciamento social. O visitante precisa marcar hora, seguir um roteiro definido e andar em apenas um sentido dentro do zoo, além de usar máscara e álcool gel.

"Como a maioria das empresas, conseguimos sobreviver por 3 meses. Agora precisamos de caixa urgentemente. Sem nenhum financiamento, vamos sofrer na melhor das hipóteses uma morte lenta e dolorosa e, na pior e mais provável, não teremos mais recursos no fim deste ano, se tivermos mais um lockdown. Precisamos de 11,5 milhões de libras (cerca de R$ 77 milhões) para sobreviver e continuar cuidando dos nossos animais como eles necessitam", disse Redrobe.


Segundo a bióloga, sacrificar animais pode se tornar inevitável em um curto período de tempo porque todos os zoológicos britânicos estão em crise, assim como quase todos do mundo, e transferir espécimes de um para outro é inviável. "Alguém precisaria criar novos espaços e isso requer um investimento impossível hoje. Estamos todos no mesmo barco", alerta ela. "Perder toda essa diversidade animal seria um desastre".

O zoológico criou uma campanha online para pedir doações, mas até agora foram arrecadadas apenas 200 mil libras (cerca de R$ 1,35 milhão), o que paga apenas alguns dias de funcionamento do local. "Se o governo não colaborar, vamos ter muitas unidades fechando em todo o país", diz a presidente.

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