“A viagem era o sonho dele”, conta ex-mulher de vítima de acidente em MG
Max Borges dos Santos chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital; filha passou por cirurgia e não tem previsão de alta
Minas Gerais|Lucas Eugênio e Vinícius Araújo, da RECORD MINAS
O retorno à Bahia com a filha era um sonho para Max Borges dos Santos, de 46 anos. Ele é uma das 41 vítimas do acidente entre um ônibus, uma carreta e um carro na BR-116, em Teófilo Otoni, a 450 km de Belo Horizonte. Ele viajava com a filha Ingrid, de 13 anos, que foi uma das seis sobreviventes. A menina passou por uma cirurgia na bacia e não tem previsão de alta.
“Eles foram viajar para Vitória da Conquista (BA). Eu falei com ela 23h. Quando foi 4h, ela me mandou uma mensagem dizendo ‘mamãe, te amo’. Às 08h, o hospital me ligou contando do acidente”, detalha Cássia Regina Alves, mãe da menina e ex-companheira de Max.
Pai e filha viajavam nas poltronas da frente, do lado oposto do motorista. “Essa viagem era o sonho dele. Fazia 13 anos que ele não ia pra Bahia, tava muito feliz de ir com ela”, conta Cássia.
Max foi socorrido junto com a menina, mas morreu no hospital. “Nós éramos muito parceiros, mesmo nós não sendo casados. Ele era meu amigo, meu parceiro. Tudo que tinha que resolver referente à nossa filha”, fala a ex-companheira.
Investigação
O acidente foi o maior em rodovias federais desde 2008. De acordo com o Governo de Minas, a principal linha de investigação seguida pela polícia é a de que o bloco de granito transportado pelo caminhão tenha se desprendido da carroceria e atingido o ônibus, causando o incêndio.
No entanto, há uma outra possível versão da dinâmica do acidente. Segundo testemunhas, o pneu do ônibus teria estourado, o veículo batido na carreta e incendiado.
O motorista da carreta se entregou à polícia nesta segunda-feira (23), acompanhado de advogados. Segundo a Polícia Civil, o homem está com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa desde 2022. O condutor teve o documento apreendido em uma blitz da Lei Seca, depois que ele se recusou a fazer o teste do bafômetro.
De acordo com o porta-voz da Polícia Civil, delegado Saulo Castro, “a partir do levantamento das notas fiscais, foi possível verificar, de uma maneira preliminar, que houve um excesso de peso no transporte. Ou seja, já haveria um indicativo de responsabilidade por parte do condutor”.