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Aluno da UFMG descobre estrelas de até 1 bilhão de anos na Via Láctea

Estudante conta que descoberta foi feita por acaso, enquanto ele pesquisava outros astros no céu; objetos foram batizados com o nome da universidade

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Estrelas não podem ser vistas a olho nu
Estrelas não podem ser vistas a olho nu Estrelas não podem ser vistas a olho nu

A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) entrou para um seleto grupo que pode afirmar ter “o nome escrito nas estrelas”. Um aluno do doutorado da instituição descobriu três grandes conjuntos dos astros brilhantes, que gravitam pela Via Láctea — galáxia onde também estão o sol e o planeta Terra.

Filipe Andrade Ferreira, de 27 anos, fez a descoberta por acaso. O jovem pesquisava sobre outro conjunto de astros, conhecido como NGC 5999, quando percebeu a presença de três “bolinhos estelares”, como ele chama. Ao consultar as coordenadas dos objetos, o estudante percebeu que nenhum outro cientista havia falado sobre eles.

Os três aglomerados estelares encontrados são basicamente conjuntos de estrelas que nasceram juntas e possuem características semelhantes, como cor e velocidade de descolamento. A idade deles varia de 100 milhões a 1,4 bilhão de anos.

O jovem, que também concluiu o mestrado em física pela UFMG, conta que acionou a equipe do laboratório de astrofísica assim que notou “algo diferente”.

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— Eu fiquei muito curioso ao perceber os aglomerados de estrelas na região e já corri para mandar uma mensagem para o meu orientador.

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A partir daí, o jovem descreveu os objetos encontrados em um artigo que foi publicado em uma revista científica, em dezembro de 2018. O projeto teve a supervisão dos professores Wagner Corradi e João Francisco dos Santos.

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De acordo Corradi, os resultados obtidos vão contribuir para outras pesquisas sobre a origem do universo e do sistema solar.

— Descobertas como esta ajudam a entender a dinâmica da criação dos astros e valorizam a pesquisa na região.

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Características

Os três grandes conjuntos de estrelas encontrados por Ferreira não podem ser vistos a olho nu. Até mesmo com o uso de telescópios é difícil percebê-los. A confirmação de que se tratava de um grupo jamais descrito por outros pesquisadores só foi possível graças a dados recebidos por satélites da Missão Gaia, um projeto internacional que produz informações detalhadas sobre o comportamento dos astros.

Esta foi a primeira descoberta de estrelas realizadas por estudiosos da UFMG. Para homenagear a instituição, os membros do departamento de física resolveram batizar cada grupo com o nome da universidade.

Conheça as características de cada um dos grupos estelares:

• UFMG 1: tem 191 estrelas com idade em torno de 800 milhões de anos. Ele está localizado a uma distância de aproximadamente 5.200 anos-luz da Terra.

• UFMG 2: é o aglomerado mais velho e populoso. Com cerca de 1,4 bilhão de anos e 592 estrelas, está localizado a cerca de 4.800 anos-luz da Terra.

• UFMG 3: é o mais jovem dos três aglomerados, com cerca de 100 milhões de anos. Possui 261 estrelas. E está a 4.900 anos-luz da Terra.

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