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Após 9 meses, escolas não estão preparadas para volta às aulas

Prefeitura de BH e Governo de Minas citam repasses às escolas, mas vistoria do MP aponta problemas de estrutura e até falta de capacitação

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

MP vistoria escolas e avalia estrutura de cada uma delas
MP vistoria escolas e avalia estrutura de cada uma delas MP vistoria escolas e avalia estrutura de cada uma delas

Nove meses depois terem sido fechadas por causa da pandemia de covid-19, as escolas da rede estadual e municipal em Belo Horizonte estão longe de apresentarem condições ideais para o retorno dos alunos às atividades presenciais.

Desde o início do mês, o Ministério Público de Minas Gerais faz vistorias para acompanhar as condições de estrutura das instituições de ensino para avaliar se há respaldo para recomendar a volta às aulas no estado.

Até o momento, de acordo com a promotora de Justiça de Defesa da Educação, Nívia Mônica da Silva, os problemas encontrados são praticamente os mesmos: falta de condições sanitárias, salas superlotadas, internet ruim, falta de capacitação e de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para profissionais.

— Nós temos verificado questões relacionadas a esses pontos. Os mesmos pontos. Uma das escolas estava equipada com dispensador de álcool em gel. Mas, em geral, vimos muitos problemas.

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As vistorias do MP "in loco" estão sendo feitas por amostragem. Até a semana que vem, o órgão pretende verificar as condições de estrutura em escolas das nove regionais de Belo Horizonte. O restante das informações será requerido aos governos municipal e estadual, além das próprias direções escolares. A expectativa é de que o relatório completo seja concluído em janeiro.

Programação interrompida

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Em nota, a SES-MG (Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais) afirmou que já repassou R$ 123 milhões aos caixas escolares das unidades de ensino, para "aquisição de todos os materiais e equipamentos de proteção individual para alunos e professores".

A SEE afirma que o processo de retomada das atividades escolares presenciais na rede pública está suspenso, por determinação judicial.

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"Desta forma, toda a programação feita para a execução das estratégias de retorno das escolas estaduais foi interrompida", diz o texto.

No entanto, a decisão da Justiça, de 13 de outubro, não impede que o poder público se planeje para uma eventual volta às aulas. Ao contrário, o mandado de segurança prevê que a suspensão do retorno às atividades presenciais vale "até que sejam adotadas e implementadas todas as medidas previstas no protocolo sanitário da Secretaria de Estado da Saúde".

O texto também cita o "fornecimento de máscaras e EPI’s para os servidores, máscaras para os alunos e aplicação de questionário diário sobre sinais e sintomas para entrada de alunos e servidores".

No entanto, não é isso que o MP tem verificado, de acordo com a promotora Nívia Mônica da Silva.

— É o contrário [do que diz a secretaria]. A decisão fala que pode retornar de acordo com a questão epidemiológica de cada município, desde que ele cumpra o protocolo estabelecido pela própria secretaria. Em geral, da amostragem que tivemos acesso até agora, só uma tinha um mínimo de adaptação.

A Prefeitura de Belo Horizonte informou que destinou R$ 50 milhões para concluir o plano de intervenções nas escolas da rede municipal, sendo R$ 35,8 milhões para as escolas de ensino fundamental e o restantes para as de educação infantil.

Ainda de acordo com a SME (Secretaria Municipal de Educação), foram investidos, ainda, R$ 14 milhões para compra de dispensadores de sabão e álcool em gel, termômetros, tapetes sanitizantes, bebedouros, pias e torneiras com controle de pressão, dentre outros itens.

"Mais de 2 milhões de itens vão garantir a implantação de avançados protocolos de retorno escolar nas 323 escolas municipais e 211 creches parceiras", afirma a SME, em nota.

O relatório do MPMG sobre a situação das escolas estaduais e municipais em Belo Horizonte deve ser concluído em janeiro.

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