Aumento dos casos de covid em BH faz escolas e faculdades voltarem a exigir uso de máscaras
Especialistas e setor da educação levantam discussões sobre a necessidade do item de proteção dentro da sala de aula
Minas Gerais|Ana Gomes, Do R7
O aumento da incidência de casos de Covid-19 e outras doenças respiratórias fizeram com que insituições de ensino de Belo Horizonte voltassem a obrigar ouso de máscarasentre alunos, professores e servidores.
A decisão acontece após a prefeitura recomendar o retorno do item de proteção em ambientes fechados da capital mineira, na última quinta-feira (2). Só nos primeiros dias de junho, a cidade já registrou um terço de todos os casos do mês de maio.
Todo corpo docente e discente, além de funcionários e visitantes, já estão utilizando o acessório na Escola Municipal Wladimir de Paula Gomes, localizada no bairro Caetano Furquim, região leste da capital. Cartazes foram fixados pelos corredores, nesta segunda-feira (6), para informar sobre a determinação.
A medida foi uma demanda do grupo de professores que se manifestou favorável às máscaras após a recomendação da administração municipal. Segundo a secretária da instituição, Sarah Cristina Martins Coutinho, o aumento de registros de Covid na regional leste também foi determinante para a obrigatoriedade do uso do item.
“A solicitação dos professores foi levada pelo diretor Felipe Oliveira ao colegiado, que votou pelo retorno das máscaras. Temos alguns funcionários afastados pela doença e o posto de saúde da região nos comunicou sobre a elevação dos casos”, afirmou a servidora da instituição.
Outra instituição que definiu que retorno do acessóriofoi a PUC Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais). Desde sábado (4), o item de proteção é obrigatório em todos os ambientes dos campi localizados em Belo Horizonte. Já a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) optou por manter a exigência, mesmo com a flexibilização em abril, e uma aula da Faculdade de Direito chegou a ser canceladadepois que um professor de recusou a usar.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que enviou ofícios recomendando o uso de máscaras para todas escolas públicas e privadas da capital, principal nas salas de aulas. A pasta esclareceu, porém, que cabe às instituições estabelecer a obrigatoriedade do item no ambiente escolar.
O infectologista Unaí Tupinambás considera que a utilização do item deveria voltar a ser exigido em locais fechados da capital durante o período de inverno. “Nós temos um aumento de doenças respiratórias nessa faixa etária, de 5 a 11 anos, que pode ser um caso grave. A vacinação do público está bem longe do ideal. Por isso, a recomendação foi bem acertada, mas deveria ser uma obrigação, principalmente nas salas de aula e no transporte público”, defendeu.
Surtos
Um surto de casos de Covid-19 no final de maio fez com que a Escola Municipal Lídia Angélica, no bairro Itapoã, na região da Pampulha, suspendesse as aulas para algumas turmas. Entre os dias 10 e 26 do último mês, a instituição registrou 42 notificações da doença, sendo 20 alunos e 22 funcionários.
Das 35 turmas da escola, 31 tiveram casos e seis precisaram ter as aulas canceladas. Após tomar conhecimento da situação, a prefeitura de BH, por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, recomendou fortemente o uso do item no ambiente escolar até esta quarta-feira (8), porém o prazo foi prorrogado por tempo indeterminado.
“Nós enviamos aos pais e responsáveis a recomendação da prefeitura, mas não obrigamos. Como muitas famílias e funcionários estão usando, os registros diminuíram, mas ainda temos pessoas afastadas”, relatou a vice-diretora, Creusa Coelho.