“Vou fazer justiça por mim”, diz mulher que se jogou de prédio para escapar do marido na Grande BH
Vítima ficou internada durante 12 dias; ela foi ameaçada com uma faca após negar dar R$10 mil ao companheiro
Balanço Geral MG|Do R7
Jhenipher Sabriny de Oliveira, de 31 anos, se jogou do segundo andar de um prédio para escapar de uma tentativa de feminicídio na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. “Eu não vou morrer dentro desse apartamento, não vou ser mais um número”, conta a mulher sobre a atitude de pular.
Segundo a vítima, seu marido, Pablo Henrique de Oliveira Rodrigues, a ameaçava com uma faca de churrasco após ela negar a ele a quantia de R$10 mil. Jhenipher acredita que o dinheiro seria usado para comprar drogas.
Após se jogar pela janela do apartamento, a mulher gritou por socorro. Os vizinhos, porém, a colocaram dentro do carro do marido, que afirmou que a mulher estava “delirando” e iria ser levada ao hospital. No veículo, Jhenipher conta que continuou a sofrer ameaças. “Se você contar, eu vou matar seu filho e sua mãe”, desabafa a vítima.
Durante o trajeto, a mulher conta ter avistado uma viatura. Nesse momento, segundo a vítima, ela teria decidido pedir ajuda mais uma vez. A polícia então acompanhou o carro do suspeito até a UPA Ressaca, em Contagem.
A mulher foi transferida para o Hospital Municipal de Contagem, onde ficou internada por 12 dias. Durante esse período, teve seu marido como acompanhante. As ameaças e agressões não pararam mesmo dentro do quarto do hospital.
A vítima então conseguiu entrar em contato com uma advogada, se passando por amiga de longa data da profissional. A mulher percebeu que Jhenipher precisava de ajuda e entrou com pedido de medida protetiva e prisão preventiva do agressor. A Justiça acatou as solicitações e decretou a prisão preventiva do suspeito. Agora, Pablo Henrique de Oliveira Rodrigues está foragido.
Jhenipher conta do trauma que viveu ao lado do agressor. Segundo ela, foi vendo casos de feminicídio na televisão que ela tomou coragem para fugir e falar sobre o que estava acontecendo. “A força que a televisão me deu foi muito forte. Nós mulheres temos que nos unir para não sermos mais números.”, desabafa.
Agora, escondida na casa de amigos, a mulher pede por justiça. “Eu quero justiça, nada mais. E eu vou até o fim, enquanto eu estiver viva. Vou fazer justiça por mim e por quantas forem”. Jhenipher ainda faz alerta as mulheres que vivem em contexto de violência, “se a gente não mudar isso agora, a gente vai continuar morrendo”, clama a vítima
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