No Brasil, 18,6 milhões de pessoas têm ansiedade
Reprodução/UnsplashDados do último estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde), realizado em 2019, que analisa o estado da saúde mental da população, apontou que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas.
Ao todo, são 18,6 milhões de brasileiros com o transtorno, o que representa 9,3% da população. Com a pandemia da Covid-19, a taxa piorou, já que a quantidade de pessoas com ansiedade e depressão aumentou cerca de 25% em todo o mundo, de acordo com a organização.
Os principais fatores para a alta taxa de ansiedade no país são as condições socioeconômicas vividas pela população. Segundo a psicóloga Amanda Almeida Fiuza, alguns deles são “o índice elevado de desemprego; alta taxa de violência, que faz com que as pessoas tenham ansiedade e medo de sair de casa; dificuldade de acesso a serviços de saúde mental; muitas horas de trabalho por dia; insegurança em relação ao futuro; e piora da qualidade de vida”.
Além desses, a história individual pode influenciar no desenvolvimento do transtorno, como a autocobrança e a solidão. “A ansiedade sempre permeou a existência humana. Porém, nos últimos anos, ela vem se intensificando e apresentando maior relevância para investigarmos os efeitos dela”, ressalta Amanda Almeida.
Prejuízos da ansiedade
A psicóloga ressalta que a ansiedade, caracterizada como uma preocupação excessiva e persistente em situações do dia a dia, é considerada natural para a adaptação e sobrevivência humana.
Transtorno de ansiedade pode desencadear doenças cardíacas
Reprodução/UnsplashNo entanto, quando começa a prejudicar a vida da pessoa, ela se torna uma patologia, causando sofrimento e diversos prejuízos funcionais e sociais ao paciente. Entre eles, isolamento social, déficit de habilidades sociais e profissionais, dificuldade em cumprir tarefas, pensamentos negativos e excessivos e falta de autoconfiança.
O transtorno ainda pode provocar sintomas físicos, como tremores, dores de cabeça, sudorese, falta de ar e até desencadear doenças cardíacas. “Se a ansiedade patológica não for tratada, pode desencadear crises recorrentes e a tendência é piorar”, alerta a especialista.
Como tratar a ansiedade?
Uma das formas de tratar a ansiedade patológica é com o acompanhamento psicoterapêutico, que auxilia na identificação do transtorno e acompanhamento do paciente. Mudanças de hábito também são importantes para a melhora do transtorno, como prática frequente de exercícios físicos e hobbies, boa alimentação e planejamento da rotina.
Outro aliado no tratamento da ansiedade é o uso de medicamentos específicos. “Algumas pessoas conseguem regular as crises. Mas quando ela tem uma ansiedade patológica e generalizada, o medicamento é imprescindível, porque nem sempre ela vai conseguir controlar uma crise”, explica a psicóloga Amanda Almeida.
Ainda segundo a especialista, os remédios têm efeito quase imediato, proporcionando redução e controle dos sintomas poucos minutos após ingerido. É importante sempre consultar o médico antes de se medicar.
“Tente observar os sintomas, a frequência e a intensidade das crises e procure ajuda psicológica. Se nós não cuidamos da ansiedade, em algum momento pode se tornar algo maior”, finaliza a especialista.