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Brasileiros deportados relatam humilhação e maus tratos nos EUA

Cerca de 130 pessoas desembarcaram na noite de sexta-feira (7) em BH e relembraram momentos difíceis no período em que ficaram detidos

Minas Gerais|Virgina Nalon, da RecordTV Minas, com Lucas Pavanelli, do R7

Cerca de 30 crianças estavam no voo
Cerca de 30 crianças estavam no voo Cerca de 30 crianças estavam no voo

Os brasileiros deportados dos Estados Unidos que desembarcaram no Aeroporto Internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, na noite desta sexta-feira (7), contaram terem vivido dias difíceis no território norte-americano.

Relatos de frio, fome, humilhação e desrespeito e até de privação de sono são comuns entre os 130 cidadãos que vieram em um voo fretado da agência norte-americana de imigração. 

O agricultor Valdir Ferreira da Silva, que é de Machadinha D'Oeste, em Rondônia, foi com a esposa e a filha de 14 anos para tentar uma vida melhor nos Estados Unidos. Lá, eles foram separados e mantidos em salas afastadas. Durante os 16 dias que ficou no país, o homem relata ter passado por uma experiência "para nunca mais". 

— Muito frio, um pouco de fome, porque a comida é muito ruim, a gente não se adapta. Sem falar as horas que eles acordam a gente à noite, não deixam a gente dormir, toda hora fica chamando e se a pessoa não levanta eles gritam alto 

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A dona de casa Edinalva Lopes, o marido e os filhos de 9 e 12 anos passaram duas semanas entre detenções e abrigos nos Estados Unidos e no México. Depois de cruzarem a fronteira, eles se entregaram às autoridades e foram separados. O pai e o filho em uma cela, Edinalva e a filha em outra. Ela conta que voltou do país asteca por conta própria porque não queria mais esperar para retornar ao Brasil. 

— A travessia não é difícil, difícil é ficar lá, por causa dos maus tratos. A gente chora, a gente sofre, a gente quer sair. 

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Sem bagagens e somente com documentos guardados em sacolas, os 130 brasileiros chegaram por volta de 23h40 na capital mineira, dentre elas cerca de 30 crianças. Adriano, que não quis revelar o sobrenome, também contou como foi o período de 15 dias que passou em território norte-americano

— Ficamos 15 dias no Texas, sendo humilhado, passando necessidade, passando fome. Sendo esculachado, desrespeitado. Acredito que nem com cachorro eles fazem isso lá. Mas com nós, eles fizeram. A gente procura melhoria, o nosso país está muito difícil. Não fomos roubar nada de ninguém, fomos procurar trabalho. Se no Brasil tiver emprego, nós vamos ficar aqui. 

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Deportação

Esse é o segundo voo fretado pela Agência Norte-Americana de Imigração trazendo brasileiros. Em outubro do ano passado, 70 pessoas desembarcaram em Confins. Os brasileiros deportados eram dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Roraima, Mato Grosso e Maranhão. A deportação de cidadãos nascidos no Brasil tem sido facilitada pelo governo de Jair Bolsonaro. 

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