Um instrutor de autoescola ficou gravemente ferido após se envolver em uma briga de trânsito, no bairro Jardim Guanabara, na região norte de Belo Horizonte. O suspeito de causar os ferimentos está desaparecido, segundo a família da vítima.
O caso aconteceu na última quarta-feira (12). Neste domingo (16), os familiares de Alessandro Gomes de Carvalho, de 48 anos, foram informados pela equipe médica que o quadro do paciente é irreversível e que o homem passará nas próximas horas por avaliação de morte encefálica.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na PM (Polícia Militar), o instrutor estava dando uma aula, com um aluno no volante, quando um carro modelo Voyage, que estava atrás, bateu no veículo dele. Os motoristas teriam parado para tentar resolver o problema de forma amigável. No entanto, o registro policial indica que o condutor do Voyage decidiu ir embora quando foi sugerida a realização de um boletim de ocorrência.
Testemunhas relataram aos militares que, neste momento, Alessandro de Carvalho se jogou em frente ao veículo para evitar a fuga do motorista. "O veículo seguiu até a rua Tomaz Amâncio da Silva com o sr. Alessandro segurando no capô do veículo, até que em determinado momento não conseguindo mais segurar, vindo a cair ao solo", indica trecho do registro policial.
Um circuito de segurança e uma testemunha registraram partes da cena em vídeos(assista no início da reportagem). As imagens mostram o instrutor no capô do veículo, enquanto o motorista segue dirigindo. O condutor chega a virar uma rua. O que acontece em seguida não foi registrado nos vídeos.
O motorista fugiu do local. Segundo testemunhas, era um homem grisalho. A vítima, caída ao solo, foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada para o Hospital Risoleta Neves, também na região norte de BH.
A agente legislativa Tatiane Gomes Carvalho, irmã da vítima, diz que o instrutor teve sangramento cerebral e estava com uma ferida na região da barriga. A família ainda não sabe o que causou os ferimentos.
"O médico me disse que aparentemente ele [Alessandro Carvalho] não foi atropelado. Pelos ferimentos, o médico acredita que ele foi arremessado. Ele me disse que se o meu irmão tivesse sido esmagado ou atropelado, teriam marcas na pele dele. Aparentemente foi uma pancada forte", conta.
Tatiane, que é cadeirante e tem um outro irmão cadeirante, conta que o instrutor é um suporte importante para a família. "Ele costuma resolver muitas coisas para nós". Carvalho é casado e pai de cinco filhos.
A reportagem procurou a Polícia Civil para saber se o caso é investigado. A corporação informou que não atualiza informações aos domingos devido ao esquema de plantão.