Câmara gasta R$ 30 mil na compra de frigobares para vereadores
Caso aconteceu em Patos de Minas, a 415 km de Belo Horizonte; 24 equipamentos foram colocados em gabinetes e áreas administrativas
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
A Câmara Municipal de Patos de Minas, cidade do Noroeste mineiro, a 415 km de Belo Horizonte, gastou R$ 30.225,00 com a compra de 24 aparelhos de frigobar destinados aos gabinetes dos vereadores e salas administrativas da Casa. A aquisição dos produtos dividiu a opinião dos parlamentares e causou burburinho entre os moradores do município.
O vereador Mauri Sérgio Rodrigues (MDB) afirma que a decisão da compra não foi discutida com todos os legisladores e defende que se trata de um gasto “desnecessário”.
— Eu não acredito que nós precisamos desses frigobares dentro dos gabinetes. O nosso prédio tem uma cozinha com duas geladeiras que servem para nós colocarmos os alimentos.
Já o presidente da Câmara, Vicente de Paula Sousa (Dem), explica que o gasto foi necessário para melhorar o fluxo de trabalho.
— Aqui é um prédio de seis pavimentos. Antes, só tinha geladeira na copa, que fica no primeiro andar e é um local pequeno. Então, quando descia todo mundo, causava tumulto no local.
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Sousa confirma que a aquisição não foi discutida com os vereadores no plenário. Contudo, ele afirma que uma lista de interesse foi passada em todos os gabinetes. Assim, só ganharia o aparelho o vereador que assinou o documento. Dos 17 legisladores, apenas Walter Geraldo de Araújo (PDT) se recusou a assinar.
— Eu falei que não queria porque o momento é crítico. Acho que temos que enxugar os gastos. Se eu economizo na minha casa, por que vou fazer diferente aqui?
O vereador Mauri Rodrigues recebeu o equipamento, segundo ele, por um equívoco. O emedebista disse que já protocolou um requerimento para devolver o frigobar, que está na porta do gabinete dele.
— A minha assessora assinou o papel sem falar comigo. Eu, inclusive, já adverti ela sobre esse erro.
Apesar de todos os questionamentos, o presidente da Câmara, Vicente de Paula Sousa, defender que não houve irregularidades no processo.
— Nós consultamos os departamentos jurídicos e de contas. Tendo em vista a disponibilidade financeira e a necessidade da compra, foi feito um pregão para que as empresas apresentassem suas propostas.