Bloco foi criado pela banda Forró No Escuro, composta por músicos com deficiência visual
Reprodução/Acervo PessoalPela primeira vez na história da capital mineira, o Carnaval vai contar com um bloco formado 100% por cegos. O grupo 'Cabra Cega' promete ocupar as ruas e agitar os foliões de Belo Horizonte neste sábado (11), a partir das 10h, no bairro Santa Tereza, na região leste de Belo Horizonte, com clássicos do forró.
Além de animar as pessoas, a proposta do bloco é conscientizar sobre a importância da inclusão de pessoas com deficiência em eventos culturais. O bloco sairá da rua Mármore, Nº 170.
O bloco Cabra Cega foi criado neste ano, no mesmo bairro onde serão feitas as festividades. O bloco surgiu a partir da banda Forró No Escuro, formada exclusivamente por músicos com deficiência visual. O repertório do bloco contará com músicas de vários artistas do cenário musical brasileiro, como Gonzagão, Dominguinhos, Anastácia, Geraldo Azevedo e Alceu Valença.
Para Jerônimo Rocha, baixista e vocalista do grupo, além de ser um momento festivo, é também uma oportunidade de promover a conscientização. “Muito se fala sobre a inclusão das pessoas com deficiência, mas de fato, nem todos estão engajados nesta missão. Por isso, o nosso desejo é, com a nossa música e a trajetória de mais de 20 anos de artistas que vivem do forró, contribuir para a construção de uma sociedade cada vez mais inclusiva”, disse ele.
O grupo Forró No Escuro, que criou o bloco Cabra Cega, é formado por ex-alunos do Instituto São Rafael, escola especializada para cegos, que fica na região centro-sul da capital mineira. Os artistas já fizeram mais de 200 apresentações e até turnês internacionais. O grupo é formado por Jerônimo Rocha (voz e baixo), Alessandra Madureira (triângulo e voz), Atlas Felipe (flauta), Leoniudo Lopes (bateria e zabumba), José Maria (violão) e Jeandersom (teclado).
A gestora cultural e produtora dos grupos Baianas Ozadas e Funk You, Polly Paixão, também moradora do bairro Santa Tereza, ficou encantada com a proposta do bloco. “São músicos talentosos, que tocam clássicos do forró e atuam em prol da bandeira da inclusão. Por isso, vejo que é uma forma de proporcionar alegria e diversão aos foliões, contribuir ainda mais para o carnaval de BH e, acima de tudo, mostrar o potencial dos artistas com deficiência visual. Eu garanto que ninguém fica parado quando eles começam a tocar”, disse ela.
*Estagiário sob supervisão de Maria Luiza Reis