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Casos de raiva humana em MG são os únicos do Brasil em 2022

Estado teve 36 ocorrências da doença nos últimos 29 anos; cães e morcegos provocaram a maior parte delas

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Cães e morcegos podem transmitir o vírus da raiva
Cães e morcegos podem transmitir o vírus da raiva

Os dois casos de raiva humana confirmados nos últimos 10 dias em Minas Gerais são as únicas ocorrências da doença no Brasil em 2022. Os dados são do Ministério da Saúde.

De acordo com o órgão federal, entre 2010 e 2021, o país teve 40 notificações confirmadas para o vírus. Destas, apenas uma foi em Minas Gerais - ocorrida em 2012, quando um paciente morreu na cidade de Rio Casca, a 197 km de Belo Horizonte.

"A Pasta realiza anualmente campanhas de vacinação de cães e gatos, com a distribuição de vacinas antirrábica para todos os estados, além dos atendimentos de profilaxia antirrábica humana pré e pós-exposições", informou o ministério sobre as medidas de controle adotadas.

Um levantamento junto a registros do Governo de Minas Gerais aponta que nos últimos 29 anos 36 moradores do Estado contraíram a doença, que é transmitida quando a saliva de um animal infectado penetra o organismo humano, seja por meio de mordidas, arranhões e lambeduras.


O relatório indica, ainda, que de todas as ocorrências registradas em Minas no período, 17 foram causadas por cães, 15 por morcegos, duas por gatos, uma por herbívoro e uma não teve a espécie transmissora confirmada.

"Se você não conhece o status de vacinação do animal, a lambedura dentro de boca, olho e ferida aberta merece observação e profilaxia porque pode transportar o vírus. De modo menos importante que a mordida, mas pode transportar o vírus para o nosso organismo", explica o médico infectologista Leandro Cury.


Apesar dos cães terem provocado o maior número de contaminações em Minas desde 1993, os cachorros não infectam nenhum humano no Estado desde 2003. A última vez que teve-se relato de raiva causada por gato em Minas foi em 1994.

Os dois casos confirmados este ano foram provocados por mordida de morcego em uma aldeia da tribo indígena Maxacali, na zona rural de Bertópolis, a 638 km de Belo Horizonte. Uma terceira ocorrência é investigada no mesmo município.


"Morcegos, gatos, cachorros e marsupiais como os gambás são focos que podem ter o vírus da raiva e transmitir para o ser humano. Em caso de morcego, como a gente não tem controle do animal, que é de vida livre, qualquer acidente com morcego precisa fazer a profilaxia", destaca Cury.

Cuidados e sintomas da raiva

Os sintomas da raiva, segundo o Ministério da Saúde, são inespecíficos. Dentre eles, o paciente pode apresentar:

• Mal-estar geral;

• Pequeno aumento de temperatura;

•Anorexia;

• Cefaleia;

• Náuseas;

• Dor de garganta;

• Entorpecimento;

• Irritabilidade;

• Inquietude;

• Sensação de angústia.

O infectologista Leandro Cury alerta que a pessoa que tiver algum contato suspeito com os animais deve procurar o serviço de saúde imediatamente. O especialista ainda dá outras dicas sobre o que precisa ser feito em caso de mordidas de cães, gatos, morcegos e outros transmissores.

"O vírus da raiva tem alguns dias de incubação até que a doença se manifeste. Nesta fase tem que ser feita a profilaxia de modo mais rápido possível. Quando ocorrem acidentes com animais que você não conhece ou que esteja com sintomas de raiva, como a boca espumando, o ideal é lavar o local [da mordida] com água e sabão de modo forte e constante por muito tempo", explica.

A médica Tânia Marcial, representante do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Governo de Minas, explica que o paciente será avaliado para indicação do método de tratamento mais adequado.

"Os municípios têm as unidades de referência de vacinação. É o médico que vai falar se precisa aplicar apenas a vacina [antirrábica], se será preciso fazer uso do soro, ou ainda se será necessário apenas acompanhar o cão envolvido no acidente", detalha a representante do Governo de Minas.

"Se a raiva se manifestar no corpo da pessoa, a mortalidade é quase igual a 100%", alerta o infectologista Leandro Cury ao reforçar a necessidade de se buscar tratamento imediato.

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