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Cidade Alerta|Após um ano, delegada quebra silêncio e explica por que se trancou em apartamento em BH
Cidade Alerta MG

Após um ano, delegada quebra silêncio e explica por que se trancou em apartamento em BH

Em entrevista exclusiva à RECORD MINAS, Monah Zein questionou a abordagem de agentes e acusou policiais de terem implantado pinos de cocaína no apartamento dela

Cidade Alerta|Do R7

A delegada Monah Zein, que ficou trancada por 30 horas no apartamentodela em Belo Horizonte, revela pela primeira vez o que aconteceu no imóvel. Em entrevista exclusiva ao Cidade Alerta Minas, a primeira um ano após o caso, Monah mostra vídeos exclusivos da negociação com os policiais, questiona a abordagem e acusa agentes de terem implantado pinos de cocaína na residência dela.

O caso ganhou repercussão após uma transmissão ao vivo feita pela delegada. Monah se recusava a sair do próprio apartamento para conversar com os colegas da Polícia Civil. Os policiais tentaram imobilizá-la com um tiro de arma de choque que, segundo ela, não funcionou. Ela revidou com disparos de arma de fogo.

Na época, a informação repassada pela assessoria da Polícia Civil, foi de que Monah teria enviado mensagens em um grupo de policiais, que preocuparam os colegas. Ela estava de licença médica e se recusou a entregar a arma funcional. A policial contesta essa versão e diz ter comentado no grupo que estava triste pela morte de uma policial, que havia denunciado colegas de uma delegacia no interior por assédio.

“Eu escrevi, literalmente, que eu não iria voltar para cuidar da minha saúde. Ou seja, eu escrevo no fim, ‘saúde mental é o nosso maior patrimônio’, repetindo o que uma pessoa tinha dito. Gente, eu não consigo imaginar que uma pessoa que avisa que não vai voltar a trabalhar no lugar para cuidar da sua saúde gerou aquela preocupação”, explica Monah.

A delegada não acredita que os policiais tenham ido até o apartamento dela para buscar a arma, já que ela diz que eles chegaram querendo conversar. Depois que os agentes não foram recebidos, um reforço foi acionado e a negociação foi assumida pela CORE (Coordenadoria de Recursos Especiais), um grupo da Polícia Civil que atua em missões de alto risco.

A situação piorou quando a delegada decidiu sair do apartamento, armada e ficou frente a frente com policiais do grupo tático nos corredores. Após um conflito com eles, Monah iniciou a live.

Ela volta para o apartamento e decide sair quando é informada de que a justiça havia decretado um mandado de busca e apreensão para ser cumprido no apartamento dela. Ao chegar à entrada do prédio, ela foi mobilizada e sedada. A delegada foi retirada do prédio desacordada e levada para um hospital particular.

Quando a polícia entrou no imóvel, os agentes encontraram medicamentos controlados e 45 pinos de cocaína. “Eu tive o trabalho de me arrumar, pegar o meu cachorro e sair de casa. Aí eu deixei pinos vazios de cocaína lá para ajudar eles na tese de que eu estava em surto psicótico, porque eles precisam do meu surto”, declara Monah ao refutar as drogas encontradas no local.

Monah ficou internada por três dias em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Depois, ela foi transferida para um hospital psiquiátrico. A delegada foi autuada em flagrante por tentativa de homicídio contra quatro policiais civis e conseguiu liberdade provisória. O Ministério Público também entendeu que a policial tentou contra a vida dos colegas. A justiça ainda vai decidir se ela será submetida a júri popular.

Monah Zein é delegada desde 2019 e acumula mais de 30 processos administrativos na corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais. A policial alega perseguição, principalmente dos superiores. Segundo ela, a operação ocorrida no apartamento, não passou de uma armação.

A delegada acredita que o desfecho de toda essa história não será positivo para ela. “Eu tô condenada já, honestamente”, desabafa.

A Polícia Civil “informou que o inquérito policial foi concluído e remetido à justiça para as medidas legais cabíveis”. A corporação ressaltou também que um processo administrativo disciplinar foi instaurado para apurar a prática de eventual falta disciplinar sobre os fatos que são objeto do Processo Criminal. “A PCMG reforça o seu compromisso com a ética e a estrita legalidade nas investigações”, conclui a instituição.

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