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Circuito das Águas tem origem em chuvas de 25 mil anos, diz estudo

Descoberta inédita mostra que a riqueza das cidades que fazem parte do Circuito das Águas são provenientes da região da Serra da Mantiqueira

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Parques das águas atraem turistas para o circuito
Parques das águas atraem turistas para o circuito Parques das águas atraem turistas para o circuito

Um estudo inédito, divulgado nesta quarta-feira (19), aponta que a origem das águas minerais que atraem milhares de turistas ao Circuito das Águas, em Minas Gerais, está em chuvas ocorridas há 25 mil anos, na Serra da Mantioqueira. Treze municípios que ficam sobre a bacia do Rio Verde compõem o circuito. A localização privilegiada faz com que as cidades tenham fontes de águas puras e, em alguns casos, termais.

Os lagos dos parques são procurados, principalmente, por quem quer combater o estresse, problemas de pressão, reumatismos e fraturas. Dos poços da região também é retirada boa parte da água mineral consumida no Estado. A formação rochosa do entorno dá a ela características únicas.

Foi justamente para estudar essas singularidades que foi realizado o Projeto Circuito das Águas, promovido pela Codemg (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais), em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), USP (Universidade de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista), UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), e o Observatório Nacional do Rio de Janeiro.

Pesquisadores trabalharam por 11 meses
Pesquisadores trabalharam por 11 meses Pesquisadores trabalharam por 11 meses

Antônio Carlos Pedrosa Soares, professor do departamento de geologia da UFMG e coordenador da pesquisa, conta que após 11 meses de coleta de material e análise de dados, a equipe chegou à conclusão de que a “história da vida” das águas da região não é bem como contavam, até então.

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Desde a década de 1990, acreditava-se elas eram provenientes das grandes galerias que estão sobre as cidades. Contudo, segundo o professor, a verdade é que este líquido chegou até o solo há cerca de 25 mil anos por meio de chuvas.

As descobertas só foram possíveis graças à tecnologia de ponta usada no processo. Além dos equipamentos mais modernos para análise de solo, água e rochas, as inforamações foram examinadas nos melhores laboratórios do mundo, como o Isodetect, em Leipzig, na Alemanha e o Beta Analytic, que fica em Miami, nos Estados Unidos.

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— Antigamente eles não estavam errados. Apenas interpretaram os estudos anteriores com os dados que tinham. A diferença é que agora aplicamos métodos muito mais avançados.

O estudo abrangeu o território de todas as cidades que fazem parte do Circuito das Águas, com excessão de São Lourenço. De acordo com o professor, embora as águas de todos os distritos sejam parecidas, elas ganham características exclusivas de acordo com o caminho que fazem até a fonte.

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Desafios

Soares explica que o estudo servirá para guiar as políticas públicas de uso dos recursos minerais da região. Segundo o pesquisador, os resultados já deixam um alerta para todas as cidades do entorno.

— Como a origem das águas é a mesma, cada prefeitura deve pensar na preservação das fontes em conjunto. A contaminação em uma região pode influenciar em outras áreas.

Todo material compilado se transformou em um livro de 480 páginas, batizado de Siga (Sistema de Informações Geoambientais do Circuito das Águas). Além das informações e análise de dados, ele contém mapas, tabelas e ilustrações referentes às características hidrográficas e geográficas da região. O livro está disponível para download no site da Codemg.

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