Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Clínica onde mulher morreu só tinha autorização para pequenas cirurgias

Pedagoga teve complicações em procedimento de redução de mamas em BH; especialistas ouvidos pelo R7 classificam cirurgia como de médio porte

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Pedagoga morreu aos 48 anos
Pedagoga morreu aos 48 anos Pedagoga morreu aos 48 anos

A Prefeitura de Belo Horizonte divulgou uma nota informando que a clínica São Fidélis, onde uma mulher morreu durante uma cirurgia de redução de mamas, não tinha autorização para realizar procedimentos de médio e grande porte.

Para dois especialistas ouvidos pelo R7, a mamoplastia pela qual a pedagoga Adriana Zulmira do Nascimento, de 48 anos, passou seria considerada de médio porte.

O cirurgião plástico Paulo Roberto da Costa, professor da Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), explica que os procedimentos mais simples têm chances mínimas de perda de sangue e, geralmente, não precisam de anestesia. Para o especialista, os procedimentos estéticos devem se enquadrar no máximo como de médio porte, já que são programados. Eles, contudo, exigem alguns cuidados.

— A cirurgia de médio porte você não faz uso de CTI, tem chances médias de sangramento - o que não demanda transfusões - e tem duração máxima de até quatro horas. No meu entendimento, o procedimento de redução de mama seria de médio porte.

Publicidade

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a clínica estava em processo de renovação de alvará e tinha autorização apenas para “procedimentos ambulatoriais, tais como vasectomia e reversão prótese peniana”.

Ainda segundo a pasta, em outubro deste ano, um fiscal sanitário esteve no local para vistoria e informou aos dirigentes do centro de saúde que o espaço não estava apto a realizar cirurgias consideradas de médio ou grande porte. O fiscal ainda teria indicado a realização de adequações.

Publicidade

Alexandre Meira, presidente da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que são vários os fatores que devem ser levados em consideração ao definir a classificação de um procedimento, mas para ele, a cirurgia realizada na pedagoga seria de médio porte. Meira destaca, contudo, que as complicações podem acontecer tanto em clínicas, quanto nos maiores hospitais do Brasil.

— Agora tem que ser verificado se houve alguma falha e, se tiver ocorrido, como é feito para não voltar a repetir isto. O que se exige é que a clínica ou o hospital tenham a estrutura necessária para socorrer o paciente.

Publicidade

A Polícia Civil e o CRM-MG (Conselho Regional de Medicina) informaram que foi aberto um procedimento para apurar o caso. A reportagem fez contato com o médico responsável pela cirurgia, mas não teve retorno. De acordo com Alexandre Meira, o especialista informou à Associação de Cirurgia Plástica que a paciente não tinha contraindicações e que o procedimento teria sido feito dentro dos padrões.

Veja mais:

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.