A Polícia Federal prendeu, nesta segunda-feira (1º), um colombiano foragido internacional, condenado por estuprar e assassinar a namorada na Colômbia, em 1994. A operação aconteceu em apoio com a equipe de Inteligência da Polícia Militar de Minas Gerais.
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Jaime Enrique Saade Cormane, de 60 anos, foi encontrado na cidade de Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, nesta manhã. O condenado era procurado desde o último dia 18 de abril, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a extradição dele.
“O preso foi levado para a Superintendência Regional da Polícia Federal em Alagoas, de onde sairá para ser transportado para Minas Gerais em avião próprio da PMMG”, informou a PF.
Cormane esteve preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, entre 29 de janeiro de 2020 a 9 de outubro do mesmo ano, quando ganhou alvará de soltura da Justiça.
O crime
Nancy Mestre, foi assassinada aos 18 anos, em 1994, na cidade de Barranquila, na Colômbia. Segundo o STF, a jovem foi baleada na cabeça na noite de Ano-Novo. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu após dias internada. Ainda segundo o Supremo, foi identificado sinais de violência sexual no corpo da vítima.
Jaime Enrique Cormane foi condenado pelos crimes pela Justiça colombiana, mas fugiu do país, informou o STF. Ele só foi encontrado mais de 20 anos depois, em 2017, em Belo Horizonte. Em 2020, a Justiça determinou a prisão do réu.
O pedido de extradição foi feito por Martin Eduardo Yunes, pai da vítima, em 2020. O assunto foi pautado à época pelo STF, mas o pedido foi negado devido à falta do voto de desempate, do então ministro Celso de Mello, que estava afastado por licença médica. O assunto voltou a ser analisado no órgão em abril deste ano, quando o ministro Nunes Marques, sucessor de Mello, votou pela extradição.
Durante a reunião, o ministro Edson Fachin mudou o voto de 2020 e deliberou a favor da extradição. "Nancy não é só uma vítima colombiana, mas é parte de centenas de milhares que a cada hora têm o mesmo destino em todo o continente americano, especialmente no Brasil", declarou Fachin.
Segundo o STF, a PF aponta que Cormane cometeu crimes de falsidade ideológica e falsificou documentos da Receita Federal, da Justiça Eleitoral, órgãos em Minas Gerais e no Amazonas, além de usar os documentos falsos para abrir contas em um banco público, no período em que ficou foragido no Brasil.
A reportagem tenta contato com a defesa do suspeito.