Com 1ª morte confirmada no Brasil, Minas Gerais tem outros 44 casos de varíola do macaco
Paciente estava internado em um hospital público de Belo Horizonte; outros 130 registros estão em investigação no estado
Minas Gerais|Ana Gomes, Do R7

O Ministério da Saúde declarou, nesta sexta-feira (29), que um paciente que estava internado em Belo Horizonte é o primeiro caso confirmado de morte por varíola do macaco no Brasil. Outros 44 casos da doença foram confirmados em Minas Gerais e 130 estão em investigação.
O homem, de 41 anos, tinha câncer, o que levou ao agravamento do quadro. A causa da morte, de acordo com o ministério, foi choque séptico, acentuado pelo “monkeypox”. Ele estava internado em um hospital público da capital mineira e chegou a ser transferido para o CTI (Centro de Terapia Intensivo).
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, dos 130 registros em Minas que ainda não foram confirmados, dois são tratados como prováveis. Todos os 44 pacientes com a doença são homens, com idade entre 22 e 48 anos, em boas condições clínicas. Entre eles, 32 são de Belo Horizonte, a única cidade com transmissão comunitária no estado.
A pasta informou ainda que os pacientes estão sendo monitorados. Em entrevista à Record TV Minas no início do mês, o secretário Fábio Baccheretti disse que a contaminação deve ocorrer de maneira controlada.
“Não é uma transmissão tão facilitada como a da Covid-19. A doença será transmitida internamente, mas não vai ter um crescimento tão grande”, explicou o chefe da pasta na época.

Varíola no Brasil e no mundo
Até a última quarta-feira (27), o Brasil registrava 978 casos de varíola do macaco, dos quais 744 em São Paulo, 117 no Rio de Janeiro e 44 em Minas Gerais.
Até então, os cinco óbitos divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em decorrência da doença haviam sido registrados em países da África, onde a doença é endêmica. A morte em Minas Gerais é a primeira fora do continente africano.
É possível a reinfecção da doença? Por ser até então uma doença rara, ainda não é possível saber se há casos de reinfecção ou se as pessoas que já pegaram outros tipos de varíola estão imunes à doença. "Não se sabe se a doença pode ser pega mais de ...
É possível a reinfecção da doença? Por ser até então uma doença rara, ainda não é possível saber se há casos de reinfecção ou se as pessoas que já pegaram outros tipos de varíola estão imunes à doença. "Não se sabe se a doença pode ser pega mais de uma vez. O que se sabe é que a imunidade gerada pela doença ou pela vacinação é uma imunidade protetora e que dura um longo período de tempo. Até porque, se não fosse assim, a varíola não teria sido erradicada", ressalta Giliane Trindade






![Vai ser necessário vacinar toda a população?
Por ora, a OMS acredita que a vacinação pode ser localizada e indicada para pessoas próximas às infectadas, como está sendo feito no Reino Unido e nos Estados Unidos. Profissionais de saúde da linha de frente também podem ser beneficiados com o imunizante.
Existe uma vacina contra a varíola do macaco produzida pelo laboratório Bavarian Nordic, na Dinamarca. Além disso, a vacina usada anteriormente poderia ser empregada, mas precisaria passar por atualização. A questão é que não há produção em larga escala de nenhum imunizante.
A epidemiologista Andrea McCollum, do CDC, disse, em entrevista à revista Nature, acreditar que as terapias provavelmente não serão implantadas em grande escala para combater a varíola. Para conter a propagação do vírus, deve ser usado o método chamado vacinação em anel. Aplica-se o imunizante nos contatos próximos de pessoas que foram infectadas para cortar quaisquer rotas de transmissão. “Mesmo em áreas onde a varíola [do macaco] ocorre todos os dias, ainda é uma infecção relativamente rara”, afirmou a especialista](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/QKBWL7J2O5NRJP7OV4WHGB2PPA.jpg?auth=95a13bb0bf102b370ae62f0e354531eb43452a4647e955794466b31465338afc&width=771&height=514)
