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Contaminação de rio pode afetar abastecimento em 16 cidades de MG

Segundo especialista, caso captação não seja retomada no rio Paraopeba em até 18 meses, distribuição do recurso hídrico pode ficar prejudicada

Minas Gerais|Matheus Renato Oliveira, do R7*, com André Rocha, da Record TV Minas

Rio Paraopeba é um dos afluentes do Rio São Francisco
Rio Paraopeba é um dos afluentes do Rio São Francisco

Após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na Grande BH, o abastecimento de água de 16 cidades da região metropolitana pode ser afetado devido à contaminação do Rio Paraopeba com a lama de rejeitos.

O curso d'água é responsável por abastecer o sistema Paraopeba junto com a captação feita na represa Rio Manso. Contudo, desde a tragédia que assolou Brumadinho, não possível mais retirar água do rio.

De acordo com o gerente geral da Divisão de Produção da Bacia do Paraopeba, Paulo Diniz, os problemas surgirão caso a captação não volte ao normal em 18 meses.

A contaminação da água do Rio Paraopeba preocupa as autoridades mineiras, como a vereadora de Belo Horizonte Bella Gonçalves (PSOL).


— A situação não é sustentável. A Copasa informou que no melhor dos cenários em 18 meses a gente pode viver uma crise hídrica.

Crise


Para entender as consequências do crime ambiental, é preciso conhecer o Paraopeba e a importância que ele tem. O rio nasce na cidade de Cristiano Ottoni e avança durante 510 quilômetros até desaguar na Usina Hidroelétrica de Três Marias. É um dos afluentes do São Francisco, o segundo maior rio do Brasil e o mais importante das regiões Sul e Sudeste.

Cidades da Grande BH podem ser afetadas
Cidades da Grande BH podem ser afetadas

O Paraopeba faz parte de um sistema integrado, composto também pelas represas de Serra Azul, Rio Manso e Várzea das Flores. O complexo é responsável por abastecer cerca de 6 milhões de pessoas que vivem em 16 cidades da região metropolitana de Belo Horizonte.


Atualmente, a represa Rio Manso opera com 76,5% da capacidade, a Serra Azul com 69,6% e a Várzea das Flores com 88,1%. Os números estão altos por causa das chuvas recentes. Porém, como os próximos meses são de estiagem, a situação pode se modificar. Sendo assim, ainda é incerto até quando vai haver água para abastecer as 16 cidades da Grande BH.

De acordo com Marília Melo, diretora do Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), medidas paliativas estão sendo tomadas pela Vale para conter a lama. Mas nem todas estão dentro do cronograma. Os planos de recuperação do Paraopeba ainda estão sendo elaborados. Mas, por se tratar de uma tragédia sem precedentes, ainda não se sabe exatamente o que fazer.

— Do ponto de vista ambiental o evento ainda nem se concluiu. Não temos ainda uma mensuração do tamanho do impacto. Quando a gente tiver essa mensuração, vamos tomar as medidas de recuperação do Paraopeba.

Entre os diversos fatores que influenciam a recuperação do rio, está a meteorologia. As chuvas espalham a lama e os metais tóxicos. Já o tempo seco, pode facilitar as medidas de contenção. O que significa uma esperança a mais, já que acabamos de entrar no outono.

Em Pará de Minas, a situação também é crítica. Todo o abastecimento era feito com a captação de água do Rio Paraopeba e precisou ser interrompido. Cerca de 60% da economia do município vem da irrigação. Depois de uma reunião entre a prefeitura e a Vale, ficou acordado a construção de uma nova adutora para garantir o abastecimento nos próximos meses. Foi estipulada uma multa de R$ 100 mil por dia para a empresa caso ela descumpra o acordo.

* Estagiário do R7, sob supervisão de Pablo Nascimento

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