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CPI da Covid: cabo da PM de Minas é incluído em lista de indiciamento

Luiz Paulo Dominghetti, que é investigado pela polícia, denunciou oferta de propina para compra de vacinas contra a covid-19

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Dominghetti prestou depoimento à CPI em julho deste ano
Dominghetti prestou depoimento à CPI em julho deste ano Dominghetti prestou depoimento à CPI em julho deste ano (Pedro França/Pedro França/Agência Senado)

O cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, Luiz Paulo Dominghetti Pereira, é um dos 81 nomes que constam no relatório final da CPI da Covid, divulgado pela Comissão Parlamentar de Inquérito nesta terça-feira (26). Os senadores pediram o indiciamento do militar pelo crime de corrupção ativa, com base no artigo 333 do Código Penal.

O relatório deve ser votado ainda na noite de hoje e você pode conferir a versão final neste link

Dominghetti que, além de cabo da PM atuava como representante da empresa norte-americana Davati Medical Supply, prestou depoimento em julho deste ano à CPI da Covid. Aos senadores, ele afirmou que ouviu, do então diretor do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, um pedido de propina para comercializar vacinas contra a covid-19.

No mês seguinte ao depoimento, a Polícia Militar abriu um processo contra ele. O PAD (Processo Administrativo Disciplinar) pode resultar na demissão do militar. De acordo com o Portal da Transparência do Governo de Minas Gerais, o cabo recebeu salário de R$ 7,5 mil bruto em agosto. 

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O procedimento, que é conduzido pela Corregedoria da PM, pode enquadrar Dominghetti em artigos do Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais e o Estatuto dos Militares do Estado de Minas Gerais. De acordo com as normas, qualquer militar da ativa que participa de firma comercial ou empresa industrial de qualquer natureza, ou nelas exerça função ou emprego remunerado pode ser enquadrado em "transgressão disciplinar".

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar para saber se o procedimento já foi concluído e se Dominghetti perdeu o cargo em razão da irregularidade, mas não obteve reposta até o momento. 

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Pedido de propina

Segundo ele, em 25 de fevereiro em um restaurante de um shopping de Brasília, Dias exigiu US$ 1 por dose de vacina comprada. O valor sugerido para cada uma das 400 milhões de doses da AstraZeneca oferecidas pela intermediária Davati seria de US$ 3,50.

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Três integrantes da pasta, segundo ele, receberam oficialmente a proposta da Davati: Roberto Dias, Elcio Franco, ex-secretário da Saúde e hoje na Casa Civil, e Laurício Monteiro Cruz, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis.

Diante do pedido de propina, a negociação foi interrompida, explicou Dominguetti.

— Eles me disseram para pensar direitinho e levar no dia seguinte ao ministério uma nova proposta. Eu fui e entreguei a mesma, de US$ 3,50

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