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Delegado e policiais viram réus por suposta tortura contra presos para ficar com diamantes, em MG

Segundo denúncia do Ministério Público, os agentes extorquiram os detidos dentro de uma delegacia de Belo Horizonte

Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas


A Justiça em Belo Horizonte recebeu a denúncia do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) e transformou em réus um delegado e cinco policiais civis acusados de tortura e extorsão contra duas pessoas que foram presas pela Polícia Rodoviária Federal com uma carga de pedras preciosas, incluindo diamantes.

A reportagem teve acesso, com exclusividade, à cópia da denúncia do MPMG e do despacho da decisão judicial. Os crimes, segundo a documentação, ocorreram dentro do Depatri (Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio), localizado no bairro Gameleira, na região oeste de Belo Horizonte.

Avaliadas em R$ 1 milhão, as pedras preciosas foram roubadas em Montes Claros, no norte de Minas. Durante a fuga, os assaltantes foram presos em flagrante em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal, em Oliveira, a 150 km da capital. Após a abordagem, eles foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Civil na capital mineira, que virou palco de diversos delitos, incluindo sessões de tortura, indicou a denúncia.

De acordo com a decisão judicial, dentro da delegacia, os policiais civis se apropriaram de 20 gramas de diamantes. Não satisfeitos, eles começaram a torturar os presos "com emprego de violência e grave ameaça, causando-lhes sofrimento físico e intenso sofrimento mental com o fim de obter informações sobre o paradeiro de pedras preciosas roubadas em Montes Claros".

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Dentro de uma sala isolada da delegacia, os policiais "praticaram diversas agressões, como chutes, tapas na face, ameaças de morte, além de usarem sacos plásticos para sufocamento, impondo intenso sofrimento físico e mental às vítimas", indicou o texto.

Durante a tortura, um dos ladrões admitiu que havia engolido duas pedras de diamantes. Com essa informação, os policiais providenciaram "laxantes, leite de magnésia e iogurte de ameixa, mas não obtiveram sucesso".

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Os réus são: o delegado Gustavo Barletta de Almeida, o inspetor Geraldo Romeu dos Santos, o escrivão Lincoln Sette Câmara Simões e os investigadores Murilo Everton de Almeida Dias, Bruno Estefano Moreira do Carmo e Victor Spíndola Dias.

Resposta

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Procurada, a Polícia Civil informou que tomou conhecimento sobre a denúncia e que a Corregedoria solicitou à Justiça as "informações produzidas no âmbito do procedimento investigatório ministerial e do subsequente processo-crime".

"Assim que recebidos tais subsídios, a conduta dos servidores será analisada em procedimento disciplinar próprio, que poderá resultar em penalidades administrativas que variam desde a suspensão até a demissão, a depender das provas e da classificação jurídica dos fatos. Em relação ao processo noticiado, eventual afastamento do cargo ou aplicação da sanção criminal serão determinados exclusivamente pelo Poder Judiciário", completou em nota.

A reportagem tenta contato com os advogados dos réus.

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