Logo R7.com
RecordPlus

Diretor da Agência Nacional de Mineração é preso em operação contra esquema ilegal bilionário

A prisão de Caio Mário Trivellato Seabra Filho está entre os 22 mandados de preventiva, cumpridos pela PF nesta quarta-feira (17)

Minas Gerais|Maria Luiza, do R7, e Natália Martins, da RECORD

  • Google News
Caio Mário Trivellato Seabra Filho Geraldo Magela/Agência Senado - Arquivo

A PF (Polícia Federal) prendeu nesta quarta-feira (17) o advogado Caio Mário Trivellato Seabra Filho, um dos diretores da ANM (Agência Nacional de Mineração). O cumprimento está entre os 22 mandados de prisão preventiva contra uma organização criminosa acusada de corrupção, crimes ambientais e lavagem de dinheiro.

De acordo com a decisão que autorizou os mandados, Seabra “era um agente público de alta patente na ANM que utilizou sua posição para articular e manipular decisões em favor da organização criminosa, recebendo vantagens financeiras substanciais em troca”.


As investigações apontam que a atuação do diretor foi central para que o grupo pudesse se apropriar de bens minerais e continuar a operação ilegal. “A sua atuação envolvia a manipulação de normativos, a cooptação da Procuradoria Federal e o recebimento de vantagens indevidas”, revela a denúncia.

Entre os destaques de Seabra no esquema está a atuação em favor da empresa Aiga Mineração, criada no escopo da organização criminosa. Ele atuou de forma decisiva para alterar a interpretação de uma resolução da ANM, que originalmente assegurava a propriedade da Vale sobre os rejeitos de minério na Mina Capanema. “O objetivo era transferir esses direitos para a Aiga, empresa do grupo criminoso, que avaliava os rejeitos em mais de R$ 200 milhões”.


O R7 entrou em contato com a assessoria de Seabra e com a ANM.

A agência informou ter tomado conhecimento da operação pela imprensa, mas que não houve comunicação oficial ao órgão sobre eventuais medidas envolvendo servidores ou dirigentes. “A ANM reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e a colaboração com as autoridades, sempre que formalmente demandada, observando o devido processo legal e a continuidade dos serviços regulatórios”.


A reportagem segue com espaço aberto para manifestações dos alvos.

Cúpula da ANM

Além de Seabra, as investigações apontam para atuação de Guilherme Santana Lopes Gomes, ex-diretor nacional da agência, com interlocução com o grupo desde 2019. Já o gerente regional Leandro César Ferreira de Carvalho é apontado como informante interno, enviando informações antecipadas para aprovação prévia do grupo criminoso a fim de obter validação.


O R7 tenta contato com Lopes e Ferreira, e o espaço segue aberto para manifestações.

A operação

Segundo a investigação, o grupo movimentou ganhos ilícitos, obtidos a partir da exploração irregular de minério de ferro em áreas de preservação e até em locais tombados, com graves consequências ambientais e sociais. Ainda segundo a PF, projetos vinculados à organização tinham potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.

Além dos mandados de prisão, a ação cumpre 79 mandados de busca e apreensão, afastamento de servidores públicos, bloqueio e sequestro de bens no valor de R$ 1,5 bilhão e suspensão das atividades de empresas investigadas. Dos 22 mandados de prisão, 20 já foram cumpridos.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.