Jagner Borges, de 21 anos e Paulo Raimundo Couto, de 45 anos são dois retratos da violência em São Joaquim de Bicas. A cidade, qur fica a 36 quilômetros de Belo Horizonte, e Betim, também na região metropolitana da capital mineira, estão entre as cidades mais violentas do Brasil. O levantamento é do Mapa da Violência, um estudo elaborado por um pesquisador da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais.
Dentro do carro, no ônibus ou no trabalho, a violência está por todos os lados em São Joaquim de Bicas. Quem vê as ruas tranquilas, pode até duvidar, mas o município é o mais violento de Minas Gerais, como aponta a pesquisa. Quem mora na região, reclama da frequente criminalidade, como destaca um morador.
— Assassinato e roubo aqui tem quase todos os dias.
De acordo com os dados da pesquisa, por causa da taxa de homicídio de 70 pessoas a cada 100 mil habitantes, São Joaquim de Bicas ocupa o 27º lugar no ranking nacional. Dentre as cidades mineiras, apenas mais uma se encontra na lista. Betim, que ocupa o centésimo lugar, tem taxa de 50 mortes a cada 100 mil habitantes.
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Para a polícia, as causas de tantos assassinatos em São Joaquim de Bicas são o tráfico de drogas e os três presídios que funcionam no município. Segundo o tenente da Polícia Militar Bruno Rébuli, a metodologia utilizada na pesquisa é diferente do levantamento feito pela PM. De acordo com o tenente, houve redução da criminalidade na região neste ano.
— Se pegarmos o ano de 2016, em comparativo com o ano de 2015, nós tivemos redução.
De acordo com o Mapa da Violência, Minas Gerais apresentou um aumento de 2,5% no número de mortes, mas o levantamento também revela melhoras. Em 10 anos, Belo Horizonte teve uma queda de quase 50% no número de assassinatos com armas de fogo. Para Bráulio Figueiredo Alves, especialista em segurança pública e pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), essa redução no estado se deve à implementação de ações voltadas à segurança.
— Recentemente, nós estamos terminando um estudo avaliando o efeito dessa política em Belo Horizonte e o que tivemos de resultados é que, de fato, essa redução é significativa e contínua, muito em função dessas políticas, como o Fica Vivo, que foram implementadas.