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Doméstica ficará com casa onde viveu trabalho análogo à escravidão

Madalena Gordiano fechou acordo com a família para qual trabalhou sem receber salários fixos em Patos de Minas (MG)

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Madalena foi resgatada após 38 anos
Madalena foi resgatada após 38 anos Madalena foi resgatada após 38 anos

Sete meses após ser resgatada em condições análogas à escravidão em Patos de Minas, a 415 km de Belo Horizonte, a doméstica Madalena Gordiano, de 47 anos, fechou um acordo de indenização com a família para qual trabalhou por 38 anos sem salário fixo e direitos trabalhistas.

Madalena ficará com o apartamento onde viveu com a família, avaliado em R$ 690 mil, na região Central de Patos de Minas, e com um carro SUV com valor estimado em R$ 70 mil.

O acordo foi homologado pela Justiça do Trabalho nesta quarta-feira (14). Ele é referente aos salários, verbas trabalhistas e indenização por dano moral sofrido pela doméstica.

A juíza Maila Vanessa Costa, no entanto, ressaltou que o termo não indica confissão por parte dos réus de crime de submissão ao trabalho escravo e não impede que novos processos sejam abertos para julgar as possíveis práticas.

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Alexander Santos, um dos advogados que acompanhou Madalena na ação movida pelo Ministério Público do Trabalho, avaliou como positivo o resultado do acordo.

— Foi satisfatório dentro das possibilidades. Esta ação poderia se arrastar por anos, já que tem questões complexas, mas a própria Madalena já tinha nos manifestado o interesse de encerrar o assunto de uma vez e ter garantias mínimas para que consiga viver em segurança.

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Até então Madalena não tinha casa. Atualmente ela vive com uma assistente social que a acolheu. A reportagem tenta contato com a defesa da família para qual a doméstica trabalhava.

Histórico

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Madalena tenta recomeçar a vida após resgate
Madalena tenta recomeçar a vida após resgate Madalena tenta recomeçar a vida após resgate

Madalena foi resgatada em dezembro de 2020 em operação do Ministério do Trabalho com a Auditoria-Fiscal do Trabalho e a Polícia Federal. Na época, ela contou que conheceu a família aos 8 anos, após bater na casa para pedir comida e ficou morando no local.

Passados alguns anos, sem terminar os estudos, ela deixou de viver com a dona do imóvel para morar com a família do filho da matriarca, que é professor universitário. Segundo as investigações, as condições análogas à escravidão foram mantidas.

Na época, os auditores também apuraram que a doméstica chegou a se casar com um tio da esposa do professor, herdou uma pensão de R$ 8 mil após a morte dele e não ficava com o dinheiro.

O advogado Alexander Santos explica que Madalena voltou a receber integralmente a pensão e agora vive com a renda. O dinheiro também será usado para quitar o restante do financiamento do apartamento que ela ganhou no acordo.

— Nós fizemos os cálculos do valor estimado do imóvel e o valor abatido para fechar o acordo e a Madalena aceitou finalizar o processo assim.

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