Empresa italiana arremata concessão do Rodoanel da Grande BH por R$ 91 milhões
Contrato deve ser assinado em dois meses; expectativa é que obras comecem em 2024
Minas Gerais|Ezequiel Fagundes e Ana Gomes, da Record TV Minas
O Rodoanel da região metropolitana de Belo Horizonte foi leiloado, nesta sexta-feira (12), por R$ 91,1 milhões. A empresa italiana INC S.P.A. venceu a disputa da concessão de obras, manutenção e operação da estrutura. A concorrência pública se deu na sede da Bolsa de Valores, em São Paulo, e foi acompanhada por representantes do Governo de Minas Gerais.
A companhia venceu a única concorrente, a China Railway Construction Corporation (CRCC). A obra promete conectar rodovias e cidades da Grande BH, retirando parte do volume de caminhões do Anel Rodoviário de Belo Horizonte e reduzindo o número de acidentes na via.
A expectativa é que o contrato seja assinado em dois meses e as obras se iniciem em 2024. As duas primeiras alças, a norte e oeste, serão devem ser concluídas em 2027. O projeto terão mais duas alças.
Com previsão de 100 quilômetros de extensão, o Rodoanel será construído a partir de parceria público-privada e concessão prevista para operar em 30 anos. A expectativa é de um investimento de R$ 5 bilhões, sendo R$ 3 bilhões do Governo de Minas e o restante da concessionária. Os recursos do aporte do Executivo estadual vêm do acordo com a Vale para os reparos da tragédia em Brumadinho.
Segundo o governo, entre outros pontos, o projeto também deve promover:
• redução de mais de mil acidentes por ano;
• aumento do PIB da RMBH – entre 7% e 13% de aumento do PIB em dez anos;
• aumento da produtividade da RMBH, com crescimento da produção entre 0,8% e 1,3% em dez anos;
• redução de deslocamento e tempo de viagem entre 30 e 50 minutos tanto para veículos de carga quanto na mobilidade urbana;
• geração de mais de 10 mil empregos diretos e indiretos;
• segurança viária, com a previsão de uma rodovia com todos os recursos necessários para manutenção do serviço e do pavimento; e
• diminuição do fluxo de caminhões nas regiões marginais e urbanas de Belo Horizonte entre 4.000 e 5.000 veículos comerciais, permitindo a requalificação da vocação do atual Anel.
Impasse
Em uma briga judicial, as prefeituras de Contagem e Betim, contra o Governo de Minas, tentaram impedir o leilão. A administração de Betim afirma que, com o traçado previsto no projeto, os prejuízos ambientais, sociais e culturais serão irreversíveis. Já a Prefeitura de Contagem alega que a comunidade quilombola situada próximo ao local não foi consultada para a construção, além de apontar riscos ambientais para a região.
Nesta quinta-feira (11), a Justiça de Minas Gerais negou o pedido da Prefeitura de Betim para a suspensão da licitação. O juiz afirmou que não foram apresentados novos elementos concretos que mostrem irregularidades. A prefeitura informou que vai recorrer da decisão em Brasília.
Entenda o impasse entre o Governo de Minas e as prefeituras em relação ao projeto: