Empresários caíram em golpe com vacinação clandestina em BH, diz PF
Investigação concluiu que grupo recebeu às escondidas, no início do ano, soro em vez de imunizante contra a covid-19
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
A PF (Polícia Federal) concluiu que o grupo de empresários que participaram de um esquema de vacinação clandestino contra a covid-19, em março deste ano, em uma garagem de ônibus em Belo Horizonte, foram vítimas de um golpe.
O delegado Thiago Severo, responsável pelas investigações, detalha que o produto aplicado não era imunizante.
— A conclusão é que não era vacina. Tudo indica que era soro fisiológico mesmo.
O caso aconteceu em meados de março. Na época, apenas pessoas com mais de 70 anos estavam sendo vacinadas oficialmente em Belo Horizonte.
No entanto, vídeos obtidos pelo R7 mostram pessoas recebendo uma injeção dentro da garagem de uma empresa de ônibus na região Noroeste da capital mineira.
Durante as investigações, a polícia descobriu que a responsável pela aplicação era a cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas. Ela se passava por enfermeira.
Atualmente nenhum dos possíveis envolvidos no esquema estão presos. Cláudia ficou detida no início da apuração do caso, mas foi liberada.
Ainda segundo o delegado Thiago Severo, a investigação deve ser concluída nas próximas semanas, mas ainda não é possível indicar qual serão os indiciamentos.
Reflexos
Em entrevista exclusiva ao R7, o procurador Carlos Henrique Dumont Silva já havia adiantado que as pessoas que receberam as doses aplicadas por Cláudia poderiam se livrar de processos judiciais caso fosse comprovado que as vacinas eram falsas.
— No estelionato clássico isto acontece o tempo inteiro. Às vezes a vítima quer ter alguma vantagem, mas acaba tendo um prejuízo.
A reportagem procurou a defesa da cuidadora de idosos para comentar sobre a conclusão da Polícia Federal e aguarda retorno. A investigação ainda não confirmou se Cláudia fazia parte ou a mentora do esquema.