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Enchente de rejeitos da Samarco deixou solo infértil, aponta Embrapa

Emater recomenda reflorestamento dos locais mais afetados, como Mariana e Rio Doce

Minas Gerais|Do R7, em Belo Horizonte

Segundo Embrapa, metais pesados não contaminaram o solo
Segundo Embrapa, metais pesados não contaminaram o solo Segundo Embrapa, metais pesados não contaminaram o solo

O solo atingido pela enchente de lama da mineradora Samarco não pode mais ser cultivado porque se tornou inerte. A conclusão está em um estudo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), feito a pedido do governo mineiro, em parceria com a Emater e a Epamig. A tragédia deixou 17 mortos, dois desaparecidos e afetou o ecossistema de 800 km entre Mariana e o oceano Atlântico, no Espírito Santo. 

A área atingida compreende 1430 hectares entre Mariana e Rio Doce. A força da enxurrada de rejeitos de minério de ferro varreu as margens dos rios e soterrou a vegetação. A camada de lama, ao secar, funciona como uma placa de concreto, inviabilizando plantações. 

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Segundo a Embrapa, o pH do solo foi alterado pelos rejeitos, provocando deficiência de nutrientes essenciais como potássio, magnésio e cálcio. "A tendência é que o solo fique bastante compactado por causa dos altos teores de silte e areia fina, com baixa presença de argila", diz a empresa, que recomenda o reflorestamento da área nos próximos anos. 

O presidente da Emater Minas, Amarildo Kalil, explica a gravidade da situação. 

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— O que o relatório da Embrapa aponta é deficiência de fertilidade do solo após a avalanche de lama e rejeitos de mineração. Existem também problemas de ordem física. Surgiu uma nova camada na parte superior do solo que é praticamente inerte. Ele reforça que o solo não foi contaminado por metais pesados.

— Apesar de não ser tóxico, o material que está se sedimentando não apresenta condições para a germinação de sementes, nem para o desenvolvimento das plantas. Além da baixa fertilidade e dificuldade de infiltração de água, o nível de matéria orgânica necessário para a vida microbiana do solo também foi bastante prejudicado.

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Laudos mostram que os rejeitos foram contaminados com metais pesados. O governo, no entanto, ressalta que os metais não se dissolveram na água, sendo portanto possível o tratamento do recurso para distribuição à população. 

— Infelizmente, o resultado dos estudos confirmou o estrago para a agropecuária na região. Nosso desafio, envolvendo todas as esferas do setor público, é reduzir os problemas dos produtores e buscar alternativas econômicas para eles -, destaca o secretário de Estado de Agricultura de Minas João Cruz.

Samarco não explica ações de recuperação

O R7 perguntou à Samarco quais ações específicas serão adotadas para recomposição florestal e da agricultura no trecho atingido. A mineradora não apontou ações específicas e, por meio de nota, explicou que contratou a empresa Golder Associates, "consultoria de classe mundial, com expertise em engenharia, meio ambiente e emergências ambientais" para elaborar o Plano de Recuperação Ambiental. A Samarco garante que "cada área será recuperada de acordo com suas características ambientais específicas". 

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