Erika Passarelli teve progressão de pena 1 dia antes de voltar à prisão
Justiça autorizou ex-estudante de direito a passar do semiaberto para o aberto na quinta-feira (4) e, no dia seguinte, ela foi detida por tráfico de drogas
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
A ex-estudante de Direiro Erika Passarelli, condenada por planejar o assassinato do pai há dez anos, foi autorizada pela Justiça de Minas a progredir do regime semiaberto para o aberto um dia antes de ter voltado à prisão, dessa vez, por tráfico de drogas.
De acordo com a sentença assinada pelo juiz Marcelo Augusto Lucas Pereira, o tempo para a progressão de regime já havia sido transcorrido e não havia "conduta desabonadora" por parte de Erika para que ela não tivesse tido direito ao benefício. O Ministério Público concordou com a decisão.
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A sentença foi assinada às 17h39 da última quinta-feira (4) e, pouco mais de 24 horas depois, Passarelli voltou a ser presa. Ela dividia um apartamento com o irmão, onde a polícia encontrou, na sexta-feira (5), após uma batida, 40 tabletes de haxixe e 150 gramas de skunk. A investigação que baseou a ação aponta que o local era ponto de venda de drogas há, pelo menos, seis meses.
Erika foi detida horas depois da prisão de seu irmão e de outras três pessoas. À polícia, ela disse que tinha conhecimento sobre uso de drogas no local, mas que não concordava. A ex-estudante de direito foi encaminhada e permanece detida no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte.
"Choca"
Na ocasião da prisão, o delegado Rodolpho Machado classificou como "chocante" o envolvimento da mulher com o tráfico de drogas, após ter sido presa pelo assassinato do pai.
— Essa suspeita tem uma notoriedade pelos crimes anteriores. Choca. Seja pela condição anterior dela, que tinha uma vida boa, uma vida plena e praticou uma conduta grave e, novamente, vem a se envolver numa situação em que pode responder por crime de tráfico de drogas, que tem uma pena dura também.
Tornozeleira eletrônica
Na sentença assinada no dia 4 de junho, o juiz Marcelo Augusto Lucas Pereira deu prazo de cinco dias para que o Ministério Público de Minas Gerais se manifeste sobre pedido de retirada da tornozeleira eletrônica. O prazo vence nesta terça-feira (9).
Crime
O crime foi cometido no dia 5 de agosto de 2010. Mário José Teixeira Filho, então com 50 anos, foi encontrado morto com três tiros na cabeça em um carro às margens da BR-356, em Itabirito, a 60 km de Belo Horizonte.
Segundo as investigações, pouco antes de morrer, Mário fez três seguros de vida e colocou Erika como beneficiária. O plano dos dois seria dar um golpe para que a morte dele fosse forjado e, depois, a dupla dividisse R$ 1,2 milhão do seguro.
Entretanto, um desentendimento entre os dois teria motivado Erika a cometer o crime, que teria contado com a ajuda do ex-namorado dela e o sogro, que era policial militar.
Na época ela negou o crime, dizendo que tinha bom relacionamento com o pai, mas testemunhas disseram que eram comuns as discussões de pai e filha sobre dinheiro.
Após ficar foragida por cerca de um ano, Erika foi detida e, em 2014, foi a júri popular, tendo sido condenada pelo crime a 17 anos de prisão.