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“Essas pessoas precisam de ajuda, não precisam ser mortas”, diz mãe de usuário de droga baleado pela PM

Para mãe, houve truculência e despreparo da polícia; mulher diz que vai procurar a Justiça para esclarecer o que aconteceu

Minas Gerais|Do R7

Corpo de Marcel Barcelos só foi identificado pela família cinco dias depois Reprodução/Redes Sociais

A mãe do jovem baleado e morto por um policial militar, na última quarta-feira (14), em Belo Horizonte, avalia que a Polícia Militar agiu com truculência e despreparo. Marcel Felipe Ribeiro Barcelos, de 31 anos, será enterrado, nesta terça-feira (20), em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O corpo de Marcel foi identificado cinco dias após a RECORD Minas noticiar a morte do jovem. Os parentes souberam da situação do homem dado como desconhecido após reportagem da emissora.

“Eu reconheci ele pela voz. Através do vídeo, que passou na Record Minas, eu reconheci a voz dele. Eu reconheci, mas eu não quis aceitar”, falou a mãe de Marcel, que prefere não ser identificada. Barcelos estava de cueca pelas ruas do bairro, aparentemente desnorteado, quando foi abordado pelos militares. A polícia alega que o sargento agiu em legítima defesa, a família contesta a versão.

A mãe conta que além dos tiros, o corpo do filho ficou com hematomas de uma possível agressão. Ainda segundo ela, o laudo do IML aponta que ele tinha múltiplas fraturas. Para ela, houve truculência e despreparo da polícia. A mulher diz que vai procurar a Justiça para esclarecer o que de fato aconteceu com o filho.


Há dois meses, Marcel começou a trabalhar fazendo faxina em uma empresa de transporte em Betim, na Grande BH. A mãe confirma que o filho fazia uso de drogas e que, quando ele morava com a mãe em Contagem, na Grande BH, passou por outros surtos psicóticos.

“Os policiais de Contagem todos conhecem ele. Eles já socorreram ele várias vezes e nenhum deles nunca bateu nele. Muito pelo contrário, eles sempre conversaram, sempre acalmaram ele, sempre conseguiram. Como ele foi para Belo Horizonte, lá ele não era conhecido”, falou.


Para ela, a polícia agiu com truculência e despreparo. “Essas pessoas estão doentes. Elas precisam de ajuda, elas não precisam ser mortas”, concluiu.

A reportagem procurou a Polícia Militar e questionou sobre as alegações da família de que a vítima teria morrido por conta de agressões. A PM manteve o posicionamento da primeira nota emitida sobre o caso.


Confira a nota da PM na íntegra:

“A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece que na noite de ontem, 14.08, durante o patrulhamento no bairro Carlos Prates, a viatura foi interceptada por um cidadão que relatou aos militares que um homem, trajando apenas peça íntima, percorria as ruas da localidade abordando as pessoas com comportamento agressivo, principalmente mulheres.

Ao localizá-lo, a guarnição tentou verbalizar com o suspeito, que apresentou comportamento resistente e atentou contra os militares por diversas vezes. Durante a abordagem, foi utilizado instrumento de menor potencial ofensivo, spray de pimenta, no intuito de reduzir a capacidade de resistência do indivíduo e afastá-lo dos policiais militares até que o reforço solicitado chegasse em apoio.

Porém, em determinado momento, o agressor investe para cima de um dos militares, encurralando-o. Mesmo sendo solicitado que afastasse, o indivíduo não obedece às ordens, momento em que o policial, para salvaguardar a própria vida, utiliza da arma de fogo e efetua três disparos. O indivíduo foi socorrido, no entanto, foi a óbito no hospital.

A PMMG esclarece, ainda, que todas as informações contidas no REDS foram corroboradas com imagens de câmeras de seguranças da região. Todas as medidas de Polícia Judiciária Militar foram adotadas e a instituição acompanha o caso.”




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