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'Estou sendo caçado', diz professor da UFMG suspeito de praticar irregularidade em concurso  

Vasco Azevedo é pesquisador, membro titular da Academia Brasileira de Ciências e ganhador do Prêmio Jabuti de 2005 

Minas Gerais|Maria Luiza Reis, Do R7; Antonio Paulo e Juliana Pereira, da Record TV Minas

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Professor coordenou campanha de testagem de Covid em 2021
Professor coordenou campanha de testagem de Covid em 2021

O professor Vasco Ariston de Carvalho Azevedo, suspeito de ter praticado irregularidade em concurso da Universidade Federal de Minas Gerais, diz ter convicção de que não fez nada de errado e que está sofrendo perseguição. 

A Justiça Federal suspendeu o resultado do concurso para professor adjunto do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), realizado em 2019, após pedido do Ministério Público Federal (MPF).


Segundo o MPF, Azevedo — que era responsável pela chefia do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução do ICB desde fevereiro de 2018 — teria participado diretamente da definição dos critérios da vaga que seria ofertada em concurso. De acordo com denúncia, ele teria definido a área de conhecimento, o perfil desejado do candidato e os quesitos para avaliação e atribuição de nota.

Em 2019, o edital do concurso foi publicado, e dois meses depois Azevedo deixou a chefia do departamento. Ele teria, então, se inscrito no concurso, e em dezembro de 2022 foi divulgado o resultado, que atribuiu ao professor o primeiro lugar.


Para o procurador Adailton Ramos do Nascimento, a participação do professor no concurso que ele próprio elaborou viola o dever de igualdade de condições exigível nas disputas por cargos públicos, além de outros princípios da administração pública, como moralidade, impessoalidade, legalidade e isonomia.

Em nota, a UFMG informou que “tão logo foi questionada pelo Ministério Público, suspendeu o concurso para professor adjunto do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e pediu vistas do processo” e que “acolheu todos os encaminhamentos do Ministério Público e está colaborando com a apuração da denúncia”. A Universidade ainda reforçou que, “como instituição pública a serviço da sociedade, a Universidade se pauta pela lisura de seus processos seletivos e envida esforços para que o caso seja devidamente esclarecido”. 


A reportagem conversou por aplicativo de mensagens com o professor, que defendeu a própria inocência e disse ser triste tudo o que está passando. 

Histórico de reconhecimento


Vasco cursou medicina veterinária na Universidade Federal da Bahia, fez mestrado (1989) e doutorado (1993) na França e pós-doutorado na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Azevedo tem experiência na área de genética e bioinformática, com ênfase em genética molecular e de microrganismos.

O professor é membro da Academia Brasileira de Ciências desde 2016 e ganhou o Prêmio Jabuti de 2005 pela participação no livro Genômica, organizado por Luis Mir. 

Em 2021, Azevedo coordenou a campanha gratuita de testes diagnósticos de Covid-19 pela UFMG. Em 2022, ele foi homenageado pela Prefeitura de Caeté e recebeu a Comenda da Solidariedade como uma forma de agradecimento à Universidade por ter feito teste para Covid em 1.400 moradores da cidade.

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