Famílias de vítimas cobram rapidez em buscas, em Brumadinho
Parentes fizeram uma manifestação em frente ao posto de comando para questionar falta de uso de ajudantes
Minas Gerais|Pablo Nascimento, enviado do R7 a Brumadinho
Familiares de vítimas da barragem de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, fizeram uma manifestação em frente à base de comando de buscas, na tarde desta segunda-feira (28), reclamando da lentidão na procura pelos desaparecidos. Eles questionam o motivo de um grupo de voluntários de outra cidade não ter sido autorizado a participar do resgate.
Os manifestantes se reuniram em frente ao ponto de apoio do resgate e tentaram entrar no local para conversar com as autoridades. No entanto, eles foram informados de que o acesso é restrito e não foram recebidos.
O empresário Marcos Luiz Fernandes saiu de Ipatinga, a 216 quilômetros de BH, para buscar informações sobre o sobrinho que trabalhava na Vale e está entre os desaparecidos. Fernandes explicou que gostaria de mais empenho para nas buscas.
— O pessoal que veio da Bahia está parado aqui desde sexta-feira. Eles não puderam entrar nem mesmo na área de buscas considerada “morna”.
A dona de casa Marlene Silva também tenta saber o que aconteceu com o sobrinho Josué Oliveira Silva, soldador da mineradora. Aos pratos, a mulher pede celeridade na operação.
— Tem pessoas que têm capacidade de trabalhar nas buscas, mas eles não deixam.
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Em entrevista coletiva no final da noite deste domingo (27), o Corpo de Bombeiros informou que os voluntários não foram acionados por se tratar de uma operação de risco. Segundo a corporação, por enquanto, apenas os militares treinados estão trabalhando na ocorrência.
Estrutura
Nesta segunda-feira, quarto dia de buscas, 200 membros do Corpo de Bombeiros foram a campo para procurar os desaparecidos na tragédia. Agentes de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás compõem o grupo.
Durante a tarde, a operação também passou a contar com o apoio de umatropa israelense especialista em resgatesdurante tragédias. De acordo com os resgatistas, inicialmente, os militares estrangeiros vão atuar na área onde ficavam o refeitório e a área administrativa da Vale, levados pela lama de rejeitos.