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Famílias questionam apoio após estudante autista esfaquear colegas em escola de BH

Mães relatam histórico de agressões e perseguições contra estudantes diagnosticados com espectro autista

Minas Gerais|Helen Oliveira, da Record Minas, com R7

Escola Municipal Governador Carlos Lacerda, Belo Horizonte
Escola Municipal Governador Carlos Lacerda Reprodução / Record Minas

O ataque a dois alunos da Escola Municipal Governador Carlos Lacerda, no bairro Ipiranga, na região nordeste, nesta segunda (17), levantou questionamentos de famílias de alunos que estudam ou já passaram pelo colégio. Os representantes dos estudantes questionam a quantidade e efetividade do trabalho dos profissionais de apoio que acompanham os alunos com diagnósticos de deficiências e autismo.

A dona de casa Vanessa Ribeiro tem três filhos diagnosticados com autismo. Ela conta que a menina de 8 anos também já foi agredida na escola. O primeiro episódio foi em 2022. “Uma semana antes do aniversário dela, ela foi agredida dentro da escola por quatro crianças que a pegaram pelos braços e pernas e arrastaram pelo chão da quadra”, relatou.

Segundo a mãe, foram vários casos de violência contra a estudante, inclusive neste mês. Traumatizada, a filha da Vanessa não está frequentando as aulas. “Minha filha já chegou [em casa] com soco no nariz, pedrada na cabeça e ralada. Eu peço a inclusão. Que a justiça seja feita. A que ponto vamos chegar se não tiver inclusão na escola?”, questiona.

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A também dona de casa Sarah Montenegro conta que o filho, também autista, estudou aqui entre 2019 e 2023. Ela diz que o aluno foi agredido pela própria acompanhante. Um boletim de ocorrência foi registrado sobre o caso e o Conselho Tutelar foi acionado. A mulher mudou a criança de escola após o episódio. “Fiz tudo que a cartilha que deveria fazer e nada foi feito, a não ser retirar a [tutora] do posto de ficar com meu filho e ela continuar na escola”, denuncia.


Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte não comentou até o momento sobre os relatos das mães dos alunos. Após o episódio desta semana do aluno que feriu duas colegas com faca, a Secretaria Municipal de Educação ressaltou que “oferece o auxiliar de apoio aos alunos matriculados na rede de acordo com a necessidade especial de cada um, descrita em laudo médico”.

Segundo a prefeitura, a rede municipal tem 7.200 alunos com laudo para acompanhamento especial e cerca de 4.700 auxiliares de apoio que trabalham em tempo integral.

“O auxiliar de apoio é previsto na lei federal 13.146/15, que não aponta o número máximo de alunos que possam ser atendidos por profissional. Em Belo Horizonte, a prática escolar é que cada auxiliar pode ficar responsável por até 3 crianças, entre aquelas que não demandam acompanhamento exclusivo”, concluiu em comunicado.

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