Fiemg garante que barragens de minério em MG estão seguras
Federação das Indústrias destaca investimentos do setor e sugere revisão de prazo para desmonte das estruturas
Minas Gerais|Akemi Duarte, da Record TV Minas
A Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais) tenta rediscutir a data limite para o desmonte das barragens construídas com método a montante no Estado.
Durante balanço de investimentos das empresas do setor em Minas, nesta quinta-feira (20), Flávio Rescoe, presidente da Fiemg, explicou que a proposta é elaborar um calendário que respeite as características de cada estrutura. O presidente ainda garantiu que os reservatórios no Estado não correm risco de rompimento.
“O que nós estamos sugerindo é um cronograma de acordo com a avaliação técnica que será feita por órgãos competentes, como a ANM, que tem pessoal habilitado para dizer se a barragem tem segurança”, explicou.
Levantamento da Fiemg aponta que mais da metade das 44 barragens de rejeito que usam esta tecnologia no Estado não devem cumprir o prazo de realizar o descomissionamento até o próximo dia 25 de fevereiro.
De acordo com o balanço da Federação, nos últimos três anos, R$ 16,7 bilhões foram investidos na segurança das barragens no estado. Segundo Rescoe, com isto, nenhuma dessas estruturas entrou em colapso por causa da chuva deste início de ano.
“Caiu-se de tudo em Minas Gerais. Estrada, ponte, prédio, encostas. Nenhuma barragem de rejeito de minério, felizmente, caiu ou teve a estrutura comprometida. Isso mostra o grande esforço que foi feito e dá tranquilidade que estamos no direcionamento correto. Embora as barragens a montante não sejam ideais e somos a favor do seu descomissionamento”, pontuou.
Minas Gerais tem 44 barragens em algum nível de emergência. Três estão em nível 3, que significa alerta máximo. Mas, segundo a Fiemg, caso haja o rompimento dessas estruturas, a sociedade e o meio ambiente não seriam afetados.
“Apesar de não estarem descomissionadas, do ponto de vista de risco, já estão esterilizadas. Só falta retirar o minério dali e colocar em um ponto definitivo. Foram criadas estruturas de grande porte para caso haver rompimento, vão reter todo rejeito contido na barragem”, avaliou o presidente da Fiemg.
Uma lei estadual determina que as barragens a montante sejam descomissionadas até o dia 25 de fevereiro deste ano, mas 26 barragens não devem cumprir esse prazo.
“A gente tem que aplicar a legislação existente. Ao nosso alcance, está autuar as empresas e estamos fazendo esse trabalho conjunto com o MP e classe política, avaliou Jânio Leite, gerente regional ANM (Agência Nacional de Mineração).