Fisiculturista baleada em BH teria gravado vídeos em que ameaça atirador antes do ataque
O autor dos disparos alegou legítima defesa e disse que a mulher não aceitava o fato de não ter um relacionamento com ele
Minas Gerais|Shirley Barroso e Túlio Lopes, da Record TV Minas
O homem preso por ter atirado contra uma fisiculturista em Belo Horizonte alega ter agido em legítima defesa. O também fisiculturista Weldrin Alcântara, de 44 anos, diz que estava sendo ameaçado por Elen Cristina Otoni, de 37 anos.
A reportagem teve acesso a vídeos em que Elen estaria, supostamente, ameaçando Alcântara e a família dele de morte. Nas imagens, ela se mostra descontrolada ao se sentir rejeitada. Em um dos vídeos, ela sugere que teria sido traída por Alcântara e dispara ameaças.
“Cadê você, Weldrin? Nove horas da manhã de sábado. Onde você está, maldito? Eu passei a semana te esperando”, diz a mulher, aos berros.
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“Eu tenho nojo de você. Escuta o que estou te falando. Vou te matar. Vou te queimar vivo. Eu te odeio”, ela ameaça.
“Eu não queria passar nenhum maldito dia da minha vida sem você. Cada dia que passa e você está longe, eu fico com mais ódio. Você já está falando comigo agora de marcar em outro fim de semana. Eu não estou acreditando que você vai fazer isso comigo de novo. Mais um fim de semana”, esbraveja a mulher na gravação.
Legítima defesa
Em um vídeo gravado antes de se entregar à polícia, Weldrin Alcântara disse que agiu em legítima defesa. Ele ainda afirmou que não era namorado de Elen Cristina.
“Ela apareceu na minha casa de surpresa. Eu não estava esperando a Elen lá. Nós tivemos alguns encontros. Ficamos várias vezes, mas nunca passou disso, justamente por ela ser uma pessoa muito agressiva e violenta”, disse o homem.
“Quando eu dizia que queria me afastar, ela me ameaçava e ameaçava a ela mesma. Chegou a ameaçar meu filho de 3 anos”, denunciou.
A advogada Laís Fonseca, que defende Alcântara, afirma que os disparos foram feitos enquanto o cliente tentava descarregar a arma que tinha em casa, em meio a uma briga com Elen.
"Weldrin, sabendo que a Elen sabia onde estava a arma, se adiantou para pegar a arma antes dela. Ela foi atrás. Weldrin pensou que, quando ela visse que ele pegou a arma primeiro, ela teria medo e iria embora, mas aconteceu o contrário. A Elen tentou tomar a arma dele. Nesse momento, a única preocupação do Weldrin era descarregar o tambor e a arma para que, caso ela conseguisse pegar a arma, Elen não o matasse e não se matasse. Quando o Weldrin colocou a arma para o lado para descarregá-la, a Elen pulou nele para pegar a arma e o jogou no sofá. Ali começou o embate por causa da arma”, detalhou.
Questionada sobre o motivo de o cliente não ter denunciado a mulher à polícia pelas ameaças, a advogada disse que o fisiculturista tinha receio. “Ele tinha medo de que as ameaças se concretizassem caso ele chamasse a polícia”, declarou.
Detalhes da investigação não foram divulgados pela Polícia Civil. Elen continua internada no Hospital João XXIII. A família dela foi procurada, mas não quis se manifestar sobre os vídeos. Nos próximos dias, a defesa do fisiculturista deve protocolar na Justiça um pedido de revogação da prisão, alegando legítima defesa.