Fornecedora de monoetilenoglicol para Backer é alvo de buscas
Polícia Civil realiza operação na distribuidora, localizada em Contagem, na Grande BH, uma semana depois de encontrar substância tóxica em cerveja
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
Uma semana depois de divulgar um laudo que apontava a presença de dietilenoglicol em amostras da cerveja Belorizontina, produzida pela Backer, a Polícia Civil faz operação de busca e apreensão em uma distribuidora que fornecia uma outra substância, o monoetilenoglicol, para a cervejaria.
De acordo com a Polícia Civil, foram apreendidos documentos e amostras das substâncias dentro da distribuidora.
Segundo a Backer, o monoetilenoglicol é a única substância com função de anticongelante utilizada pela empresa.
O estabelecimento fica em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Essas substâncias, que são tóxicas, são utilizadas como resfriadores durante o processo de produção da cerveja, mas em um sistema fechado, ou seja, não deveriam entrar em contato com o líquido.
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Nesta quarta-feira (15), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou que resultados de perícias realizadas na fábrica da Backer apontaram para contaminação da água utilizada no processo de produção da cerveja com ambas as substâncias.
Técnicos do ministério trabalham em conjunto com a Polícia Civil para descobrir como a substância foi parar dentro dos tanques da cervejaria. Dentre as hipóteses levantadas estão: sabotagem, vazamento do tanque, utilização incorreta do etilenoglicol, dentre outras.
Relação com doença
A contaminação de lotes das cervejas Belorizontina e Capixaba pode ser a justificativa para uma doença misteriosa que pode ter matado três pessoas em Minas Gerais. As vítimas tiveram uma síndrome nefroneural e não resistiram. Autoridades investigam se a morte de um idoso de 89 anos foi causada pela doença.
Até o momento, segundo a secretaria de Estado de Saúde, são 17 casos sob suspeita. Quatro foram confirmados por meio de análises laboratoriais — incluindo a morte de um morador de Ubá, a 280 km de Belo Horizonte. Outros 13 casos estão sendo investigados.
De acordo com o último boletim divulgado pela secretaria, dos 17 casos, 12 foram registrados em Belo Horizonte e outros cinco em Ubá, Viçosa, São Lourenço, Nova Lima e São João Del Rei.