Cerveja contaminada é suspeita de causar intoxicação em BH
Laudo aponta presença de dietilenoglicol na cerveja Belorizontina, da Backer; consumidores devem devolver garrafas dos lotes L1 1348 e L2 1348
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
Uma análise feita pela perícia da Polícia Civil encontrou uma substância chamada dietilenoglicol em dois lotes da cerveja Belorizontina, da cervejaria Backer. A análise foi feita em meio às investigações sobre uma doença misteriosa que matou uma pessoa em Belo Horizonte. Sete permanecem internados.
De acordo com o laudo, "as amostras de cerveja encaminhadas pela vigilância sanitária do Município de Belo Horizonte (cerveja pilsen marca Belorizontina) lotes L1 1348 e L2 1348) foi identificada a presença de substância dietilenoglicol em exames preliminares".
Em coletiva de imprensa na noite desta quinta-feira (9), as autoridades pediram para que os consumidores que tiverem garrafas que correspondem a esses lotes evitem o consumo e, se possível, entreguem às autoridades para a continuidade das investigações.
As amostras analisadas pela perícia foram feitas em quatro garrafas que estavam na casa dos pacientes que apresentaram sintomas de um síndrome renal neurológica.
De acordo com o superintendente de Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil, Thales Bittencourt o inquérito foi aberto hoje e ainda não é possível afirmar que a substância causou a intoxicação ou que a empresa tem responsabilidade no fato. O inquérito fica pronto em 30 dias.
— No momento só é possível afirmar que foi encontrada essa substância em amostras recolhidas na casa de pacientes
A cervejaria Backer ainda não se manifestou sobre o laudo divulgado pela Polícia Civil. A reportagem tentou contato com a defesa da empresa, mas não obteve resposta.
Substância
O dietilenoglicol é uma substância química anticongelante utilizada no processo de resfriamento nas serpentinas durante a fabricação da cerveja.
As oito pessoas identificadas com a síndrome, até o momento, apresentaram sintomas gastrointestinais, como náusea, vômito e dor abdominal associadas a uma insuficiência renal grave e de rápida evolução. Os pacientes também apresentaram outros sintomas, como paralisia facial, borramento visual, perda de visão, taquicardia e paralisia descendente.