Fura-Fila: CPI ouve servidora da saúde de MG a portas fechadas
Este é o segundo depoimento da subsecretária de Vigiliância em Saúde, Janaína Passos à comissão, que está na reta final
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
A subsecretária de Vigilância em Saúde da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), Janaína Passos de Paula, será ouvida pela segunda vez na CPI dos Fura-fila, na Assembleia de Minas. A Comissão Parlamentar de Inquérito investiga irregularidades no esquema de vacinação de servidores da pasta.
A servidora de carreira da pasta, que responde a um processo administrativo junto à CGE (Controladoria-Geral do Estado) será ouvida, desta vez, a portas fechadas. Até o momento, todas as sessões da CPI foram abertas e transmitidas ao vivo pela TV ALMG.
Os deputados acreditam que Janaína pode contribuir com novas revelações sobre o processo de vacinação interna da pasta.
No dia 26 de abril, Janaína Passos de Paula compareceu à sessão da CPI para prestar depoimento, sob a condição de testemunha. Ela afirmou que os chefes de cada área da secretaria encaminharam uma lista com nomes de funcionários que deveriam ser imunizados.
— Cada subsecretaria e assessoria deveria fazer sua lista, seguindo critérios do memorando e encaminhar à área técnica para ser escalonado por dia. Então, ficou à critério de cada chefia o envio dessa lista. Eu não consigo dizer se todos seguiram [o memorando], porque não temos conhecimento de todos os 1.700 trabalhadores no nível central. Se houve equívoco no escalonamento, ficou à cargo das chefias.
Visita
Representantes da CPI estiveram nesta segunda-feira (10), na sede da SES-MG, na Cidade Administrativa, sede do governo estadual, na região Norte de Belo Horizonte. O objetivo era averiguar se havia algum documento na pasta que autorizava o uso da "reserva técnica" para imunização dos servidores da secretaria de saúde.
De acordo com o ex-secretário-adjunto da pasta, Marcelo Cabral, um expediente interno autorizava a utilização dessas doses, que deveriam ficar guardadas para cobrir eventuais perdas de vacinas.
No entanto, o atual chefe da pasta, Fábio Bacheretti, assinou um termo que afirma que esse documento não existe. Na avaliação de deputados da CPI, o ex-número 2 da pasta, que foi exonerado em meio ao escândalo dos "fura-fila", mentiu em sessão do colegiado.