Gastos de empresário teriam sido incluídos na tarifa de ônibus em BH
Irregularidade supostamente cometida por dono de empresa de transporte foi levantada pela CPI da BHTrans na Câmara
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da BHTrans, da Câmara de Belo Horizonte, suspeitam que gastos pessoais da família de um empresário do setor de transportes tenham sido incluídos nos cálculos do valor da passagem de ônibus na capital mineira.
A informação foi levantada, nesta quarta-feira (7), durante audiência para colher depoimento do empresário Roberto José Carvalho, dono da Rodopass, que opera na cidade. Convocado na condição de investigado, ele não respondeu às perguntas dos parlamentares.
Na reunião, os membros da CPI afirmaram que documentos de uma investigação apontam que a Rodopass pagou R$ 45 mil de despesas do casamento de uma parente de Carvalho. Há também relatos de gastos com notas lançadas como "escola".
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Os legisladores ainda apontaram indícios de que custos de outra empresa de Carvalho, que opera no transporte público de Governador Valadares, a 280 km de Belo Horizonte, teriam sido pagos pelo caixa da Rodopass, que mantém contrato para atuar na capital mineira.
Segundo os membros da CPI, estes gastos podem ter sido incluídos na análise de custos de operação que determinou o valor da tarifa de ônibus em Belo Horizonte.
Carvalho também foi questionado sobre suposto envolvimento em esquema de propina com o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte de Governador Valadares em 2010 e sobre sua prisão, em 2016, durante a operação Mar de Lama, em meio a acusações de "mensalinho" a vereadores.
A reportagem tenta contato com a defesa de Carvalho e da Rodopass. Após a reunião, os vereadores declararam que pretendem convidar promotores do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) que investigaram suspeitas no processo de licitação no sistema de transporte de BH.
CPI
A CPI foi instaurada no dia 10 de maio, mesmo dia em foi aberta outra CPI que investiga os gastos da Prefeitura de Belo Horizonte no combate à pandemia de covid-19. Os sete vereadores terão um prazo de 120 dias, renovável por mais 60 dias, para concluir o trabalho e apresentar pareceres sobre o assunto.
O grupo já ouviu representantes e ex-funcionários da BHTrans, além de empresários do setor de transporte.