Greve de professores continua após audiência de conciliação com a PBH terminar sem acordo
De acordo com sindicato, a prefeitura não abriu mão do reajuste; nova proposta deve ser respondida em cinco dias
Minas Gerais|Samuel Chaves*, do R7
A greve dos servidores municipais da educação vai continuar após uma audiência de conciliação com a Prefeitura de Belo Horizonte terminar sem acordo. A reunião aconteceu nesta quinta-feira (22), na capital mineira.
De acordo com a Sind-REDE/BH (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte), a categoria recebeu um prazo de até cinco dias para responder a nova proposta que deve ser formalizada ainda hoje.
Ainda de acordo com o sindicato, a prefeitura não propôs nenhum aumento financeiro, apenas melhorias em outros aspectos, o que não agradou os servidores.
"O ponto crucial mesmo, que é o reajuste, que está dividido, que está em parcela em 2025, eles não abriram mão, nem tampouco a aplicação do reajuste do piso com a retroatividade para o mês de janeiro", afirmou Wanderson Rocha, diretor da Sind-REDE/BH.
Greve
A greve dos trabalhadores concursados da rede pública começou na última quinta-feira (15) e completou uma semana de paralisação. Segundo o sindicato, o motivo principal foi a ausência de uma nova proposta salarial por parte do prefeito Fuad Noman (PSD), que ofereceu um reajuste de 8,04% dividido em três parcelas, sendo a última prevista para ser paga em janeiro de 2025.
Porém, no último sábado (17), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou a ilegalidade da greve, com uma multa de R$100 mil por dia, que pode chegar até R$10 milhões.
Apesar da decisão, o movimento foi mantido pelo Sind-REDE/BH.
"O desembargador vai se posicionar sobre o agravo interno que o nosso departamento jurídico impetrou aqui no TJ", Rocha complementa, "Então a gente tem que ficar atento, qual que vai ser a decisão se mantém ou não a ilegalidade da greve", afirmou o diretor.
De acordo com o sindicato, uma assembleia vai acontecer na praça Afonso Arinos, nesta sexta-feira (23), na região central de Belo Horizonte, para decidir coletivamente sobre a nova oferta da prefeitura.
Em nota, a PBH disse que protocolou uma nova proposta de negociação salarial com os profissionais da educação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais com o índice de reajuste mantido.
Entre as alterações propostas, estão a previsão em lei de que horas de aperfeiçoamento sejam consideradas como requisito de progressão por escolaridade, nos termos de regulamento; estabelecer em 18 o nível de posicionamento dos servidores que tiverem mestrado ou doutorado para alteração do interstício de progressão; triplicar o número de licenças para mestrado e doutorado.
*Estagiário sob supervisão de Pablo Nascimento