Greve do metrô em BH é a segunda maior dos últimos 10 anos
Paralisação completou 19 dias nesta sexta (8); categoria protesta contra a privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos
Minas Gerais|Rayllan Oliveira, Da Record TV Minas
A greve dos metroviários em Belo Horizonte completou 19 dias nesta sexta-feira (8) e já é a segunda maior paralisação do serviço de trens urbanos da capital nos últimos 10 anos.
A categoria cruzou os braços no dia 21 de março em protesto à privatização do metrô. Desde o início do movimento, os trens não circulam nos horários de pico e funcionam apenas de 10h às 17h. Segundo a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), cerca de 70 mil passageiros são afetados em dias úteis.
A maior greve dos metroviários aconteceu entre maio e junho de 2012, com 39 dias de paralisação. Já em dezembro de 2021 a janeiro deste ano, o movimento durou 17 dias. Essas duas greves anteriores foram deflagradas, em sua maioria, por negociações de acordo coletivo de trabalho.
Por meio de nota, a CBTU afirmou que não coordena a privatização do metrô e que o horário de funcionamento definido pelo movimento grevista causa “transtornos para o transporte público de BH e região metropolitana”. De acordo com a companhia, uma multa diária de R$30 mil, definida pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho), está sendo cobrada da categoria. Nesta quinta (7), o valor acumulado é estipulado em R$570 mil.
Reivindicações
De acordo com o Sindimetro-MG (Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais), representantes da categoria e do Governo Federal se reuniram para tratar da situação dos trabalhadores do metrô dentro do processo de privatização da CBTU.
Os funcionários querem a garantia de que os colaboradores não serão demitidos após o processo. Segundo o sindicato, o resultado do encontro “não foi dos melhores e foi determinante para a decisão da greve”, que permanece por tempo indeterminado.
Segundo o órgão, os representantes do governo informaram que os colaboradores serão transferidos para empresas privadas, mas que depois de 12 meses podem ser demitidos.
O Sindmetro-MG alega ainda que chegou a apresentar outras alternativas que não foram aceitas. Entre as sugestões, a possibilidade do servidor pedir transferência para outra unidade ou ser cedido para outro órgão do governo que precise de funcionário.