Logo R7.com
Logo do PlayPlus

IML usa protocolo de 'desastre em massa' para identificar corpos

Ação da Polícia Militar terminou com a morte de 26 pessoas na zona rural de Varginha; trabalho de identificação é feito em BH

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Polícia Civil fez logística especial para dar conta de identificar os corpos no IML de BH
Polícia Civil fez logística especial para dar conta de identificar os corpos no IML de BH

Profissionais que atuam no IML (Insituto Médico-Legal) de Belo Horizonte utilizam um protocolo semelhante ao que foi usado na identificação de vítimas de Brumadinho para conseguir reconhecer os corpos de integrantes de uma quadrilha qua planejava um mega-assalto em Varginha, a 320 km de Belo Horizonte. 

Os corpos de 26 pessoas deram entrada no IML da capital mineira entre a noite de domingo e a madrugada desta segunda-feira (1º) após uma troca de tiros em uma zona rural da cidade do Sul de Minas. Agora, os corpos são numerados e passam por necropsia para que possam ser identificados. 

O médico-legista à frente do processo de identificação, Marcelo Mari, classificou a ação realizada no IML como uma "operação de desastre de massa", por causa do grande número de corpos enviados ao local praticamente de forma simultânea. 

Veja mais:Quadrilha morta em MG pode estar ligada a ação em Araçatuba (SP)


— Quando os corpos chegaram ao IML eles foram classificados de acordo com uma numeração para que não houvesse nenhuma intercorrência com relação a identificação dos corpos, foram devidamente colocados em um protocolo quase que de desastre de massa, muito parecido com o que foi usado em Brumadinho para que houvesse uma logística na realização dessa perícia. 

De acordo com Mari, o trabalho começou por volta das 20h de domingo (31), com a chegada dos primeiros corpos e seguiu durante toda a madrugada. 


— Os corpos foram submetidos a exames de radiologia, de imagem e, depois, a um exame residuográfico. Coletamos novamente as digitais e começamos o processo de necropsia. 

Segundo a médica-legista e secretária executiva da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais), Tatiana Telles, a pasta decidiu transferir os corpos para Belo Horizonte por conta da estrutura existente no IML da capital mineira. 


De acordo com ela, os peritos estão coletando material genético de todos os corpos para que o DNA possa ser comparado com outros materiais coletados por polícias de todo o país. Com isso, será possível não só ajudar na identificação, como descobrir se os integrantes dessa quadrilha estiveram em outros locais de crime no Brasil. 

— Nós fizemos no IML de BH a coleta de DNA desses corpos. Esse DNA é inserido em um banco de perfis genéticos, que vai processar esses materiais e descobrir se há "coincidências" com materiais genéticos coletados em locais de crimes no Brasil. 

De acordo com Tatiana, ainda não há prazo para que esse processo seja concluído e os primeiros resultados sejam apresentados.

Identificação

Apesar de nenhum corpo ter sido identificado pela Polícia Civil, desde a noite deste domingo pessoas que se identificaram com familiares de pessoas que poderiam estar entre os integrantes da quadrilha mortos começaram a comparecer ao IML de Belo Horizonte em busca de informações. 

De acordo com um dos diretores do IML, José Roberto de Resende Costa, é importante que essas pessoas levem, até o local, todo tipo de documentação que possa ajudar no trabalho dos peritos, não só documentos pessoais, mas de imagem, como raio-X e fotografias, prontuários médicos e odontológicos, por exemplo. 

— Pedimos aos familiares que tiverem supostos entes queridos em meio a esses corpos tragam documentos, não só de identificação, como médicos, fotografias que mostrem o rosto e os dentes, para faciltiar a identificação visual. 

Os peritos do IML utilizam quatro métodos de identificação nesses casos, todos eles feitos por comparação: papiloscopia (impressão digital), odontologia forense (análise de arcada dentária), DNA e antropologia forense (marcas no corpo como tatuagens, uso de próteses ou cirurgias já realizadas anteriormente). 

Ação

Uma violenta troca de tiros, na madrugada deste domingo (31), na área rural de Varginha, deixou 26 mortos. Todos eles eram suspeitos de integrar uma quadrilha do chamado "novo cangaço", responsável por mega-assaltos a agências bancárias.

A ação contou equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais), uma divisão da PM (Polícia Militar) de Minas Gerais.

Um vídeo divulgado pela capitão Layla Brunnela, porta-voz da PM, o arsenal seria capaz de fazer frente às guarnições da corporação.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.