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Irmã de brasileira presa no Camboja diz que mulher foi condenada a 2 anos e 6 meses de prisão

Segundo familiares, Daniela Costa, de 35 anos, foi vítima de tráfico humano; decisão ainda cabe recurso

Minas Gerais|Do R7

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Irmã de brasileira presa no Camboja denuncia que mulher foi condenada a 2 anos e 6 meses de prisão
Irmã de brasileira presa no Camboja denuncia que mulher foi condenada a 2 anos e 6 meses de prisão

Familiares da brasileira Daniela Costa, de 35 anos, denunciam que ela foi condenada a 2 anos e 6 meses de prisão por tráfico de drogas no Camboja, país asiático. Segundo parentes de Daniela, todos souberam da decisão por meio de uma rede de apoio que auxilia na situação e acompanha Daniela. A família denuncia que ela foi presa por posse de drogas após tentar voltar ao Brasil. Ela foi até o país após receber uma proposta de emprego.

Em nota, o Itamaraty afirmou que “o Ministério das Relações Exteriores, por intermédio da Embaixada do Brasil em Phnom Penh, tem conhecimento do caso citado. A Embaixada vem realizando gestões junto ao governo cambojano e prestando a assistência consular cabível à nacional brasileira, em conformidade com o Protocolo Operativo Padrão de Atendimento às Vítimas Brasileiras do Tráfico Internacional de Pessoas”.


Ainda de acordo com os familiares, a clínica do Direito da UFMG, que apoia e assessora a família, já está ciente do caso. Eles acreditam que ela está sendo injustiçada após ter sido vítima de um esquema de tráfico de pessoas, quando foi prometido a ela emprego. O advogado que atuava em defesa de Daniela no Camboja abandonou o caso e a família vai procurar um novo profissional. A decisão ainda cabe recurso.

Relembre o caso

A família da arquiteta belo-horizontina Daniela Costa, de 35 anos, busca ajuda das autoridades brasileiras para conseguir a repatriação dela, após ter sido atraída para o Camboja, na Ásia, em um esquema de tráfico humano. Segundo Myriam Costa, mãe da arquiteta, a filha recebeu uma falsa proposta de emprego, mas, ao chegar ao local e perceber que se tratava de um golpe, recusou-se a participar das atividades ilegais. Como forma de puni-la, os criminosos teriam implantado drogas no banheiro que ela usava, o que levou à prisão de Daniela. A mulher está detida há seis meses, em uma cela com cerca de 90 pessoas.


Segundo a aposentada, de 65 anos, em janeiro deste ano, Daniela recebeu, por meio das redes sociais, uma proposta para trabalhar com telemarketing no Camboja. A mulher ficou em dúvida a princípio, mas, como não conseguia encontrar oportunidades, acabou considerando a oferta.

Myriam ainda relatou que a filha já havia vivido fora do país em outras ocasiões. Daniela morou nos Estados Unidos para aprender inglês, quatro anos após terminar a faculdade, e também na Armênia. “A suposta proposta para o Camboja era boa, porque tinha moradia e alimentação, além do salário. Ou seja, o dinheiro ficaria livre. A remuneração seria entre US$ 1 e US$ 2 mil”, explicou.


A mãe explicou que Daniela viajou no fim de janeiro e, após chegar no local, compartilhava a localização e fotos. “Eu pedi para ela filmar o alojamento e, quando me mandou, achei feio e esquisito. Havia um tanto de beliche e, naquele momento, minha filha estava sozinha. Outras pessoas chegariam depois”, contou.

Dois meses depois, a família teria sido vítima do primeiro golpe. Segundo Myriam, os criminosos usaram o telefone da filha, se passando por ela. Nas mensagens, a pessoa alegou que ela tinha pedido demissão e que precisava de dinheiro para reincidir o contrato e comprar a passagem para retornar ao Brasil. Após transferirem o valor de R$ 27 mil, o celular foi desligado e os familiares não conseguiram nenhum contato com Daniela.


“O criminoso, se passando por ela, contou para minha outra filha que a empresa era criminosa e aplicava golpes nas pessoas e, por isso, se recusou a continuar. E eu já tinha notado um comportamento estranho dela, porque a Dani estava escrevendo as mensagens todas erradas, o que não era comum, e recusava minhas ligações. Só depois entendemos o que ocorreu”, disse.

Prisão

Poucos dias depois, Miryam recebeu uma ligação da filha, contando que havia sido presa no dia 30 de março. Ela relatou à mãe que os criminosos colocaram três capsulas no banheiro do alojamento e disseram que eram dela. “A Daniela contou que os policiais não quiseram ouvir. Já os criminosos teriam levado todas as coisas dela, celular, notebook, tudo. Minha filha ainda pediu para fazer o exame toxicológico, para provar que as drogas não eram dela, mas a polícia se recusou”, afirmou a aposentada.

“Ela está numa cela com 90 pessoas. Não dá para todo mundo deitar junto; por isso, quando uma está em pé, a outra deita. O banho é de caneca e, caso queira comer bem, precisa comprar a própria comida. A Daniela estava com uma infecção, e demoraram dias para levá-la ao atendimento médico. Em uma situação, minha filha chegou a ficar 48 horas sem comer e sem beber nada”, explicou.

Conforme Myriam, a família tentou contato com as autoridades brasileiras, principalmente o Itamaraty, mas ainda não obteve retorno.”Eu penso que não precisava dos nossos filhos brasileiros formados passarem por isso, se houvesse boas condições de trabalho e emprego aqui. Eles buscam lá fora o que não têm aqui, como estabilidade e segurança. Até porque ninguém quer viver longe da família assim”, disse.

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