Estações ficaram fechadas nesta quarta-feira (15)
Vinícius Araújo / Record TV MinasO TRT-MG (Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais) determinou, nesta quarta-feira (15), a circulação de ao menos 70% do sistema de metrô da cidade.
Apesar da decisão, o Sindimetro-MG (Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais) informou que a greve total está mantida para esta quinta-feira (16).
Na data, a instituição vai apresentar aos trabalhadores a proposta do MPT (Ministério Público do Trabalho) para o fim da paralisação. "A categoria amanhã vai ter ciência porque vai deliberar e nós comunicaremos como sempre fizemos a decisão da categoria", disse Mário Luiz Casaverde Sampaio, advogado do sindicato.
As declarações foram feitas durante audiência de conciliação com a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) nesta tarde. A companhia pediu a suspensão da greve total, ao menos, durante o período de Carnaval. Um representante da Prefeitura de BH esteve presente e reforçou o pedido.
O MPT reconheceu a validade da pauta dos trabalhadores, que cobram estabilidade após a conclusão da privatização do metrô, prevista para ocorrer no dia 10 de março deste ano. O órgão sugeriu que a greve seja suspensa até a criação de um grupo de trabalho com a Procuradoria-Geral do Trabalho, em Brasília, para mediar as negociações com a CBTU.
Um representante da AGU (Advocacia-Geral da União) também esteve na reunião. Ele relatou que já passou às demandas à SEST (Secretaria de Coordenação de Estatais), do novo governo federal, e aguarda retorno.
Alda Lúcia Fernandes dos Santos, presidente do Sindimetro, ressaltou que o um ano de estabilidade previsto no contrato de privatização não é suficiente para a categoria.
"Não estamos questionando a privatização. A questão é sobre os 1.600 empregados que estão desesperados, sem saber o que vai acontecer. Em reunião com a Comporte [empresa vencedora da licitação], fomos informados que os cargos de bilheteria e bloqueio vão ser automatizados. Isso significa que serão menos 279 empregados", questionou Alda.
Multa
O desembargador César Pereira Machado Júnior, mediador da conciliação, determinou que 70% dos trens devem circular, independente do horário, e 100% dos agentes de segurança das estações devem trabalhar. Em caso de descumprimento, a multa diária será R$ 100 mil. Durante os dias de Carnaval, de 17 a 22 de fevereiro, a penalidade diária será de R$ 150 mil.
"A suspensão da greve nestes dias [de Carnaval] é mais que recomendável. Colocamos nossas possibilidades para se tentar uma solução. Parece que tivemos hoje avanços possíveis mais que imaginados. Estamos agora com essa possibilidade da Procuradoria-Geral do Trabalho encabeçar essa solução. Penso que é preciso que o sindicato valorize essas tentativas", disse o desembargador.