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Justiça nega pedido de liberdade de mulher suspeita de cometer maus-tratos contra o filho na Grande BH

Defesa de Kátia Cristina solicitou habeas corpus e revogação da prisão preventiva em 25 de fevereiro; polícia ainda investiga caso

Minas Gerais|Túlio Melo, da Record TV Minas

Kátia foi presa por suspeita de maus-tratos no filho que morreu
Kátia foi presa por suspeita de maus-tratos no filho que morreu

A Justiça informou, na tarde desta quinta-feira (2), que foi negado o pedido de habeas corpus solicitado pela defesa de Kátia Cristina, de 30 anos, suspeita de ter cometido maus-tratos no filho que morreu após dar entrada em uma UPA de São Jão de Bicas, na região metropolitana Belo Horizonte, em fevereiro.

Tanto o pedido de habeas corpus quanto o de revogação da prisão preventiva da mulher foram feitos no dia 25 de fevereiro.

Gregório Andrade, advogado de Kátia, informou que um dos motivos da negativa, de acordo com os desembargadores, foi o fato de ele não ter arquivado, junto com a liminar, as certidões de nascimento das filhas de Kátia. Entretando, segundo ele, as certidões ainda não foram localizadas. 

Além disso, o advogado pretende ir até as autoridades para cobrar agilidade nas investigações e na condução do processo, que envolve não só a morte do menino suspeito de ter sofrido maus-tratos, como também o caso dos outros dois filhos de Kátia que foram encontrados abandonados. 


Investigações

A Polícia Militar fez buscas na casa de Terezinha Pereira dos Santos, suspeita de abandonar crianças encontradas em apartamento no dia 21 de fevereiro no bairro Lagoinha, em Belo Horizonte. As buscas foram realizadas em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana da capital mineira, durante a madrugada desta quinta-feira (2).


Os militares foram até o local após terem sido acionados pelo advogado de Kátia Cristina Alves Robes, de 30 anos, mãe das crianças encontradas, vítimas de maus-tratos. A denúncia informava que, no local, havia outras crianças que estariam sendo mantidas como reféns em cativeiros.

Os militares encontraram diversas camas feitas de material similar a palha, brinquedos e alimentos, porém ninguém foi localizado. Eles acreditam que as pessoas saíram rapidamente antes da chegada das viaturas. Os policiais ainda encontraram animais mortos e objetos suspeitos.


Gregório Andrade afirma que, no local, foram encontrados cativeiros onde as crianças eram mantidas em cárcere privado e pequenos quartos com cama infantis. A defesa de Kátia conta que acionou a delegada de plantão, que ordenou que a PM fizesse as buscas.

O advogado de Kátia afirma que as crianças eram trancadas em lugares subterrâneos. Andrade informou ainda que, de acordo com o relato de Kátia, as crianças eram vítimas de exploração. Os filhos de Kátia informavam a ela que eram obrigados a pedir dinheiro na rua. 

Devido ao forte odor, os cães do Bemad (Batalhão Especial de Meio Ambiente e Resposta a Desastres) foi acionado. Eles foram até o local na manhã desta quinta-feira (2), pois há denúncia e suspeita de que existam corpos enterrados no local.

Terezinha, dona do terreno, ainda não foi localizada.

Entenda o caso

Após ser presa, por suspeita de ter cometido maus-tratos no filho que morreu após dar entrada na UPA da cidade, Kátia escreveu uma carta na cadeia em que relata que ela e o marido estavam vivendo em São Joaquim de Bicas na casa de Terezinha, a qual o casal conheceu na rodoviária de Belo Horizonte e lhes ofereceu emprego.

Segundo a carta, durante o dia Kátia era impedida de ver os filhos, que eram obrigados a trabalhar para receber comida. Kátia estava grávida do quinto filho e, após dar entrada no hospital para parir a criança, foi informada de que o marido havia morrido de Covid-19. Não houve velório nem sepultamento.

A família de Wellington Camelo Gomes não acredita na história contada e desconfia que ele tenha sido assassinado. Há, no entanto, um boletim de ocorrência na cidade de Paracatu, no ano de 2022, que sugere que Gomes possa estar vivo. 

Os dois filhos mais velhos de Kátia, que se encontravam abandonados no apartamento do bairro Lagoinha, estão internados no Hospital Odilon Behrens, em BH. Já os dois mais novos estão sob responsabilidade do Conselho Tutelar de São Joaquim de Bicas desde a morte de Emanuel. Um irmão de Kátia, que é do interior de Goiás, tenta a guarda das crianças.

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