Kalil fecha bares, restaurantes e locais de aglomeração em BH
Prefeito assinou decreto que deve ser publicado nesta quinta-feira (19); regras valem a partir desta sexta-feira (20) em todo o município
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
O prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) assinou nesta quarta-feira (18) um decreto que determina a suspensão de alvarás de funcionamento de estabelecimentos com "potencial de aglomeração de pessoas". O texto deve ser publicado no Diário Oficial do Município desta quinta-feira (19) e vale a partir de sexta (20).
'Preocupado com votos e não com vidas', diz prefeito de BH a Zema
Dentre os estabelecimentos listados no decreto assinado pelo prefeito, estão:
- Casas de show
- Boates
- Feiras e exposições
- Shoppings
- Cinemas e teatros
- Clubes
- Academia
- Salão de beleza
- Parques de diversão
- Bares, restaurantes e lanchonetes
O decreto destaca, ainda, que estabelecimentos que possuem estrutura e logística poderão efetuar entrega em domicílio e disponibilizar local para entrega de alimentos prontos para consumo fora do estabelecimento.
O texto também abre exceção para bares e restaurantes de hotéis e pousadas na capital mineira. No entanto, esses locais só poderão funcionar para atender aos hóspedes.
Críticas a Zema
A decisão de Kalil foi tomada pouco depois de ele criticar o governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) em uma série de postagens em uma rede social. Em uma delas, o prefeito de Belo Horizonte disse que Zema estaria "mais preocupado com votos que com vidas".
O prefeito acusou o governador de ter recuado em medidas de combate à Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus e disse que tomaria "medidas solitárias".
Zema recomendou, durante uma entrevista coletiva, que os cidadãos mineiros ficassem em casa e que evitassem locais com mais de 10 pessoas. O governador disse, ainda, que poderia tomar medidas mais duras
— É uma situação excepcional que demanda medidas excepcionais. Se daqui 2h eu voltar e determinar que alguma atividade seja fechada ou encerrada, não estranhem.
Resposta
Em um áudio enviado à reportagem, o secretário-geral Mateus Simões (Novo) disse que a prefeitura foi convocada para a coletiva, mas não compareceu.
— Esse é um momento que exige responsabilidade. A prefeitura precisa se alinhar com todas as outras esferas de poder. Na reunião de hoje, foi definido que o momento era de buscar adesão voluntária da população e dos empresários a um protocolo de distanciamento social rigoroso.
Segundo Simões, o governador estava reunido com representantes do varejo para chegar a uma solução conjunta.
— Pensar que uma solução dada por uma única cidade sozinha é muito pouco razoável. O governo continua agindo da mesma forma para proteger todos os mineiros. Decretou emergência muito antes dos outros Estados levando em consideração a cronologia de contágio, fechou as escolas antes de todos do ponto de vista de cronologia, inclusive de Belo Horizonte.
Ainda de acordo com o secretário-geral, "disseminar pânico ou exigir ações irresponsáveis não vai nos levar a lugar nenhum".
— Em uma crise de saúde pública como estamos vivendo, não há espaço para o populismo