Laudo indica que assinatura de ex-prefeito teria sido falsificada
Em documento, ex-chefe do Executivo de Betim (MG), morto em 1991, reconhecia dívida milionária da prefeitura com construtura
Minas Gerais|Marina Avelar*, do R7, com Record TV Minas.
A prefeitura de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, contestou os documentos da construtora Andrade Gutierrez que mostram que o ex-prefeito Osvaldo Franco, morto em 1991, reconhecia uma dívida de obras realizadas pela empresa.
Segundo o TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), a prefeitura estaria devendo cerca de R$ 480 milhões à construtura.
Em pronunciamento nesta quinta-feira (30), o atual prefeito Vittorio Medioli apresentou um laudo grafotécnico encomendado pela prefeitura que aponta falsificação da assinatura de Franco.
— O próprio Osvaldo Franco é identificado com a letra " W", não com "V". Osvaldo é com V e estava com W. Dá para entender que esse documento não tem veracidade nenhuma.
O laudo que indica a falsificação foi protocolado na ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) pelo procurador-geral de Betim, Bruno Cypriano. De acordo com o procurador, os documentos falsos de renovação de dívida teriam sido assinados desde o início da década de 90.
Caso
No início do mês, o TJMG determinou que a Prefeitura de Betim deve arcar com a suposta dívida e bloqueou R$ 47,8 milhões do orçamento municipal, referente à primeira parcela do pagamento. Depois da decisão, o prefeito Medioli decretou situação de calamidade financeira na cidade.
Segundo o prefeito, o Executivo municipal vai abrir uma ação criminal para tratar do assunto e irá encaminhar os laudos que indicam a suposta falsificação para investigação.
— Pediremos também, mais uma vez, a anulação com esses fatos novos. Continuaremos com ação de recuperação dos valores já pagos para a Andrade Gutierrez, que são muitos significativos. Esperamos também que o Ministério Público realmente abrace essa questão. É mais do que comprovado ser uma grande fraude.
Em nota, a construtora Andrade Gutierrez afirmou que a ação já está transitada e julgada, não cabendo nenhum recurso. Ainda em nota, a empresa afirma que os precatórios já foram emitidos e o não pagamento deles significa afrontar a Justiça e desrespeitar as instituições brasileiras.
* Estagiária do R7, sob supervisão de Pablo Nascimento