Marília Mendonça morreu por politraumatismo, conclui perícia
Todos os ocupantes do avião foram vítimas das lesões causadas pela queda; polícia trabalha com duas hipóteses para acidente
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
![Acidente ocorreu no dia 5 de novembro](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/ZQWHJEX5FZJ4RBOQV3KPEAPIVI.jpg?auth=d01b611bc28cc1d618115f90d5e9e5def030a7e2cab243b186b849533c9b951b&width=677&height=369)
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu, nesta quinta-feira (25), que a cantora Marília Mendonça e a equipe que estava no avião acidentado no interior do Estado morreram vítimas de politraumatismo contuso, provocado pelo choque da aeronave contra o solo.
Os investigadores ainda trabalham para identificar o que provocou a queda do bimotor King Air C90A, no último dia 5 de novembro, na cidade de Piedade de Caratinga, a 243 quilômetros de Belo Horizonte.
Thales Bittencourt, médico-legista chefe do IML (Instituto Médico-Legal) de Belo Horizonte, detalha diversas lesões graves encontradas em partes vitais do corpo das vítimas, caracterizando-se o politraumatismo contuso. Um membro da perícia já havia adiantado o possível laudo ao R7. Segundo Bittencourt, as áreas mais afetadas foram o crânio, o tórax e o abdômen dos passageiros e pilotos.
O legista também explica que não foram encontrados indícios de que a tripulação tenha morrido ainda no ar, em razão da desaceleração causada pela perda do motor que atingiu o cabo de alta-tensão da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).
"Foi um traumatismo intensivo, em função de um acidente com altíssima energia", detalha o investigador, sobre a força do impacto da aeronave ao cair sobre a cachoeira.
Ainda de acordo com Thales Bittencourt, os exames realizados com material biológico das vítimas descartaram a possibilidade de o piloto ou o copiloto terem passado mal durante o voo.
"As análises de teor alcoólico e toxicológico também não evidenciaram o consumo de substâncias ou intoxicações que pudessem contribuir para a morte", acrescenta o especialista, sobre os laudos referentes às cinco pessoas que estavam na aeronave.
Além da cantora sertaneja, estavam na aeronave o piloto Geraldo Martins de Medeiros, o copiloto Tarciso Pessoa Viana, o tio e assessor de Marília, Abicieli Silveira Dias Filho, e Henrique Ribeiro, produtor da artista.
A queda
![Piloto e copiloto não passaram mal durante o voo, aponto laudo do IML](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/OUROHR63MRKORNNTIGSYGMC32Q.jpg?auth=a59902a1cbb860e03d984b46292f532ba5a644b6faa7c6a412a6d5339c6f34b6&width=1280&height=1280)
O delegado Ivan Sales afirma que as causas do acidente ainda são investigadas. A Polícia Civil trabalha para tentar identificar eventual responsável pela tragédia
Para concluir o inquérito, os policiais vão contar com o apoio do laudo em produção pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da FAB (Força Aérea Brasileira), responsável pela perícia na aeronave.
Segundo Sales, os agentes trabalham para identificar o que levou o avião a atingir a rede de alta-tensão.
"Uma linha [de investigação] é que pode ter havido algum problema nos motores, ocasionando a baixa altitude da aeronave", relata o delegado, sobre um dos possíveis motivadores do acidente.
Em nota, o Crea-MG (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais) informou que abriu um procedimento administrativo para analisar a instalação e a operação das linhas de transmissão de uma torre da Cemig, atingida antes da queda do avião, "assim como também o levantamento dos dados e dos estudos de segurança relativos à instalação do aeroporto".
![Henrique, produtor da cantora, também estava no avião](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/4V7SRL2GIROMFOCNLN2TZZQ3EY.jpg?auth=6a466e092ca7976621d82bd9b4f40ddaa1ad4150f4e64c1c09364429b1de2f70&width=620&height=450)
Os motores da aeronave foram levados para análise técnica em uma fábrica na cidade de São José da Lapa, na região metropolitana de Belo Horizonte. Não há prazo para a conclusão dos trabalhos.
O delegado Ivan Sales conta que ouviu, como testemunha, um piloto que saiu de Viçosa, a 230 km de Belo Horizonte, com destino ao mesmo aeroporto em que pousaria o avião da cantora Marília Mendonça, em horários próximos.
![Abicieli Dias era tio e assessor de Marília Mendonça](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/7XCLQLHLEFKT7MW2IVCWZHDEQ4.jpg?auth=d5fde617ab597344f6f56ed96f4bd8bfdfd3a688a73e7f8ae4e7680b716d21a7&width=398&height=304)
A testemunha relatou ao delegado que o piloto da cantora conversou com ele, via rádio, a aproximadamente um minuto antes do previsto para pousar e relatou que havia iniciado o procedimento de pouso.
"Se considerarmos que a um minuto do pouso o piloto não relatou nenhum tipo de problema na aeronave, é possível suspeitar que o avião não teria problemas, mas só vamos poder falar com certeza com o laudo do Cenipa", completa o delegado.
A polícia também já ouviu o dono da empresa de táxi aéreo e o advogado da agência da cantora Marília Mendoça. Nos próximos dias, o delegado vai colher depoimento das famílias do piloto e do copiloto.
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